ATA DA VIGÉSIMA SESSÃO ORDINÁRIA DA PRIMEIRA SESSÃO
LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA QUARTA LEGISLATURA, EM 04-4-2005.
Aos quatro dias do mês de abril de dois mil e cinco,
reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara
Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas, foi realizada a chamada, sendo
respondida pelos Vereadores Adeli Sell, Bernardino
Vendruscolo, Carlos Comassetto, Carlos Todeschini, Elói Guimarães, Ervino
Besson, Haroldo de Souza, Ibsen Pinheiro, João Antonio Dib, João Carlos Nedel,
Luiz Braz, Márcio Bins Ely, Maristela Meneghetti, Nereu D'Avila e Neuza Canabarro.
Ainda, durante
a Sessão, compareceram os Vereadores Alceu Brasinha,
Aldacir Oliboni, Almerindo Filho, Claudio Sebenelo, Clênia Maranhão, Dr.
Goulart, Elias Vidal, Gerson Almeida, José Ismael Heinen, Manuela d'Ávila,
Maria Celeste, Mario Fraga, Maristela Maffei, Maurício Dziedricki, Mônica Leal,
Paulo Odone, Professor Garcia, Raul Carrion, Sebastião Melo, Sofia Cavedon e
Valdir Caetano. Constatada
a existência de quórum, o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos e
determinou a distribuição em avulsos de cópias das Atas da Décima Segunda,
Décima Terceira, Décima Quarta e Décima Quinta Sessões Ordinárias, que deixaram
de ser votadas, em face da inexistência de quórum deliberativo. À MESA, foram
encaminhados: pelo Vereador Aldacir Oliboni, o Projeto de Lei do Legislativo nº
076/05 (Processo nº 1591/05); pelo Vereador Bernardino Vendruscolo, os Pedidos
de Informações nos
555 e 556/05 (Processos nos
2106 e 2108/05, respectivamente); pelo Vereador Carlos Comassetto, os Pedidos
de Providências nos
465, 467 e 468/05 (Processos nos
1929, 1931 e 1932/05, respectivamente); pelo
Vereador Ervino Besson, os Pedidos de Providências nos 558 e 559/05
(Processos nos 2113 e 2114/05, respectivamente), e o Substitutivo nº
01 ao Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 007/04 (Processo nº
1875/04); pelo Vereador Haroldo de Souza, o Projeto de Lei do Legislativo nº
085/05 (Processo nº 1765/05); pelo Vereador João Antonio Dib, o Projeto de Lei
do Legislativo nº 095/05 (Processo nº 1908/05) e, juntamente com os Vereadores
João Carlos Nedel e Mônica Leal, os Pedidos de Providências nos 539
e 540/05 (Processos nos 2072 e 2074/05, respectivamente); pelo
Vereador João Carlos Nedel, os Pedidos de Providências nos 534, 535,
536 e 537/05 (Processos nos 2058, 2060, 2062 e 2063/05,
respectivamente), e o Projeto de Lei do Legislativo nº 087/05 (Processo nº
1801/05); pelo Vereador Nereu D’Avila, o Projeto de Lei do Legislativo nº
086/05 (Processo nº 1788/05); pela Vereadora Neuza Canabarro, os Pedidos de
Providências nos 507 e 509/05 (Processos nos 1994 e
1996/05, respectivamente). Também, foi apregoado Requerimento de autoria
do Vereador Raul Carrion, deferido pelo Senhor Presidente, solicitando o
desarquivamento do Projeto de Lei do Legislativo nº 004/01 (Processo nº
0088/01). Do EXPEDIENTE, constaram os Ofícios nos 001/05, do
Vereador Marcos Roberto Petri, Presidente da Câmara Municipal de Victor Graeff
– RS; 001/05, do Vereador Ladir Antonio Cemin, Presidente da Câmara Municipal
de Ipê – RS; 001/05, do Vereador Astor Parnow, Presidente da Câmara Municipal
de Sinimbu – RS; 002/05, do Vereador Rafael Antônio Brezolin, Presidente da
Câmara Municipal de Muliterno – RS; 002/05, do Vereador Alair Cemin, Presidente
da Câmara Municipal de Derrubadas – RS; 006/05, da Vereadora Luciana Paludo
Nicolini, Presidenta da Câmara Municipal de Passo Novo – RS; 337/05, do Senhor
José Giacomo Baccarin, Secretário de Segurança Alimentar e Nutricional do
Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. Na oportunidade, por
solicitação do Vereador Elói Guimarães, Presidente da Câmara Municipal de Porto
Alegre, foi realizado um minuto de silêncio em homenagem póstuma ao Papa João
Paulo II, falecido no dia dois de abril do corrente. Também, o Senhor
Presidente informou que amanhã, às dezoito horas, será realizada nesta Casa
Sessão Especial em homenagem póstuma ao Papa João Paulo II. A seguir, a Vereadora
Maristela Maffei formulou Requerimento verbal, solicitando alteração na ordem
dos trabalhos da presente Sessão. Na oportunidade, em face de Questões de Ordem
formuladas pelo Vereador João Antonio Dib, o Senhor Presidente prestou informações
acerca do artigo 100 da Lei Orgânica do Município e da regimentalidade do
Requerimento da Vereadora Maristela Maffei, acima referido. Após, o Senhor
Presidente concedeu a palavra, em TRIBUNA POPULAR, à Senhora Suzana Lisboa,
representando a Associação dos Moradores da Quinta do Portal, que discorreu sobre
a trajetória política de Diógenes Sobrosa de Souza, preso e torturado durante e
época em que o Regime Militar governou o Brasil, após mil novecentos e sessenta
e quatro, registrando a posição contrária da comunidade do Bairro Lomba do
Pinheiro ao Projeto de Lei do Legislativo nº 064/05, que revoga a Lei nº
9.465/04, que denominou Rua Diógenes Sobrosa de Souza um logradouro daquele
Bairro. Na ocasião, nos termos do artigo 206 do Regimento, os Vereadores
Maristela Maffei, Mônica Leal, Raul Carrion, Ervino Besson, Clênia Maranhão e
José Ismael Heinen, manifestaram-se acerca do assunto tratado durante a Tribuna
Popular. Também, o Vereador João Antonio Dib formulou Requerimento verbal,
deferido pelo Senhor Presidente, solicitando o encaminhamento, a Sua
Excelência, do Processo nº 1985/05, referente ao período de Tribuna Popular da
presente Sessão. Ainda, o Vereador Claudio Sebenelo manifestou-se, informando
que o Vereador José Ismael Heinen, ao pronunciar-se nos termos do artigo 206 do
Regimento, o fez de forma individual, não expressando a opinião da Bancada do
Partido da Social Democracia Brasileira – PSDB. Às quatorze horas e quarenta e
quatro minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo retomados
às quatorze horas e quarenta e oito minutos, constatada a existência de quórum.
A seguir, o Vereador Ibsen Pinheiro encaminhou Requerimento à Mesa, deferido
pelo Senhor Presidente, solicitando a retirada de tramitação do Requerimento nº
011/05 (Processo 0325/05). Em GRANDE EXPEDIENTE, a Vereadora Maristela
Meneghetti cumprimentou os torcedores do Sport Club Internacional pelo
transcurso, hoje, do nonagésimo sexto aniversário dessa entidade. Ainda,
declarou que uma das características do Sport Club Internacional é o vínculo
estreito com a comunidade, atestado pelo tamanho de sua torcida e por alternativas
de gestão seguidas por seus dirigentes, que designam espaços não apenas ao
esporte, mas ao entretenimento e lazer de seus associados. Na ocasião, o Senhor
Presidente informou que a Vereadora Maristela Meneghetti pronunciou-se, no período
de Grande Expediente, também em nome da Presidência da Casa. Em GRANDE
EXPEDIENTE, o Vereador Márcio Bins Ely saudou o aniversário do Sport Club
Internacional e homenageou a Sociedade Porto-Alegrense de Auxílio aos Necessitados
– SPAAN, pela atuação no atendimento de idosos no Município. Também, externou
seu pesar pela morte do Papa João Paulo II e avaliou a falta de chuva verificada
no Estado, comentando ações da Universidade Luterana do Brasil – ULBRA – na
busca de fórmulas para amenizar os problemas resultantes dessa estiagem. Em
COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Ervino Besson abordou o falecimento do Papa
João Paulo II, lembrando o Título de Cidadão de Porto Alegre outorgado por este
Legislativo a Sua Santidade no ano de mil novecentos e oitenta. Sobre o assunto,
afirmou ter sido o Sumo Pontífice um homem em busca constante pela paz e por
uma sociedade mais justa para todos os povos, citando Sessão Especial a ser
realizada na Casa amanhã, em homenagem póstuma ao Papa João Paulo II. Em COMUNICAÇÕES,
o Vereador Adeli Sell, frisando que “a sonegação é o maior mal que assola o Rio
Grande do Sul”, criticou a gestão do Secretário Estadual da Fazenda, defendendo
uma modernização estrutural dessa Secretaria, para que se viabilize uma efetiva
fiscalização do cumprimento das leis tributárias hoje vigentes. Finalizando,
asseverou que aumentos de alíquotas de impostos incentivam novos crimes fiscais
e não contribuem verdadeiramente com o desenvolvimento do Estado. O Vereador
Alceu Brasinha comentou dificuldades enfrentadas pelos empresários para a manutenção
de suas atividades, abordando questões relativas à segurança pública e ao sistema
financeiro, em especial quanto aos prejuízos decorrentes da falta de cobertura
bancária de cheques emitidos pelo público consumidor. Ainda, declarou ser a
torcida do Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense a maior do Estado e saudou o Sport
Club Internacional, pelo transcurso do aniversário dessa entidade. Em COMUNICAÇÃO
DE LÍDER, o Vereador Professor Garcia criticou a elevação nos preços dos combustíveis,
constatada a partir da sexta-feira passada pelos consumidores gaúchos,
apontando o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços – ICMS – como o
principal causador desse reajuste. Nesse sentido, lembrou que os serviços de
telefonia e de energia elétrica também tiveram seus preços aumentados,
considerando o novo valor do ICMS lesivo à população do Rio Grande do Sul. Na
ocasião, foi apregoada a Emenda nº 01, de autoria do Vereador Ibsen Pinheiro,
ao Projeto de Resolução nº 077/05 (Processo nº 1785/05). Em COMUNICAÇÕES, a
Vereadora Sofia Cavedon refutou o reajuste, em vigor a partir da última
sexta-feira, das alíquotas sobre o ICMS, divulgando manifestação realizada por
empresários e operários contra o volume da carga tributária existente. Ainda,
questionou políticas adotadas nas áreas econômica e fiscal pelo Governo do
Estado e cobrou medidas para combater problemas importantes do Rio Grande do
Sul, como a sonegação fiscal e a educação pública. O Vereador Bernardino
Vendruscolo procedeu à análise do Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº
011/05, de sua autoria, que estabelece o parcelamento do Imposto sobre
Transmissão de Bens Imóveis – ITBI. Também, mencionou diferenças entre esse
Projeto e o PLCL nº 012/04, de autoria do Vereador Wilton Araújo, e apresentou
vantagens que a Prefeitura Municipal e a população teriam com o parcelamento
desse Imposto. O Vereador Dr. Goulart apoiou a realização de pesquisas com
células-tronco embrionárias de seres humanos, enfatizando, entretanto, que esta
área deverá apresentar benefícios concretos à humanidade somente a longo prazo.
Além disso, argumentou que os embriões utilizados para pesquisas serão os
excedentes de clínicas de fertilização artificial e discutiu aspectos polêmicos
desse tema, como a criação de bancos públicos de células-tronco e a questão
ética do uso desse material. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Maurício
Dziedricki relatou sua participação no Seminário Estadual do Partido
Trabalhista Brasileiro, realizado em Capão da Canoa no final de semana passado,
examinando as metas definidas nesse encontro, com a finalidade de se atingir
uma sociedade melhor. Ainda, elogiou o trabalho do Senhor Cláudio Manfrói na
Presidência do Diretório Estadual do PDT e assegurou que esse encontro foi um
marco na história do Partido. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador João Antonio Dib
procedeu à leitura de trechos de reportagem publicada hoje no Jornal do
Comércio, na qual é analisado Parecer do Tribunal de Contas do Estado,
indicando o descumprimento da Lei de Responsabilidade Fiscal referente à gestão
da Prefeitura Municipal em dois mil e quatro. Nesse sentido, questionou o modo
como as finanças foram geridas pelo Governo do Município, em desacordo com a
manutenção do equilíbrio financeiro. Em PAUTA, Discussão Preliminar, estiveram:
em 1ª Sessão, o Projeto de Lei do Legislativo nº 171/04, discutido pelo
Vereador João Antonio Dib, o Projeto de Resolução nº 050/05; em 3ª Sessão, os
Projetos de Lei do Legislativo nos 084/03, discutido pelos
Vereadores Raul Carrion e João Antonio Dib, 041, 071, 078 e 079/05, este discutido
pelo Vereador João Antonio Dib, o Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº
006/05, os Projetos de Emenda à Lei Orgânica nos 006 e 002/05, este
discutido pelo Vereador João Antonio Dib, os Projetos de Resolução nos
077 e 074/05, este discutido pelo Vereador Carlos Todeschini; em 4ª Sessão, o
Projeto de Emenda à Lei Orgânica nº 005/05, discutido pelo Vereador Bernardino
Vendruscolo. Também, o Vereador Carlos Comassetto manifestou-se durante o
período de Pauta. Em COMUNICAÇÃO DE
LÍDER, a Vereadora Maristela Maffei, afirmando que o Senhor Germano Rigotto,
Governador do Estado, prioriza a concessão de incentivos fiscais a grandes
empresas por meio do Fundo Operação Empresa – FUNDOPEM, leu dados a respeito de
repasses do Executivo Estadual a empresas de grande porte. Sobre o tema,
mencionou que o Grupo Gerdau teria sido o principal beneficiado por essas
medidas adotadas pelo Governo Estadual. A seguir, foi apregoado
Requerimento de autoria da Vereadora Maristela Maffei, Líder da Bancada do PT,
solicitando, nos termos do artigo 218, § 6º, do Regimento, Licença para Tratamento
de Saúde para a Vereadora Margarete Moraes, nos dias quatro e cinco de abril do
corrente, tendo o Senhor Presidente declarado empossado na vereança o Suplente
Gerson Almeida, após a entrega de seu Diploma e Declaração de Bens, bem como a
prestação do compromisso legal e indicação do Nome Parlamentar, informando que
Sua Excelência integrará a Comissão de Defesa do Consumidor e Direitos Humanos.
Na ocasião, foi apregoada Declaração firmada pela Vereadora Maristela Maffei,
Líder da Bancada do PT, informando o impedimento dos Suplentes Marcelo Danéris
e Guilherme Barbosa, em assumirem a vereança nos dias quatro e cinco de abril
do corrente, em substituição à Vereadora Margarete Moraes. Em prosseguimento,
nos termos do § 8º do artigo 12 do Regimento, o Senhor Presidente concedeu a
palavra ao Vereador Gerson Almeida, que externou sua satisfação em retornar a
este Legislativo, citando as responsabilidades inerentes ao mandato de Vereador
e lembrando sua passagem pela Secretaria Municipal do Meio Ambiente e
Secretaria do Governo Municipal. Ainda, afirmou que estará vigilante na
fiscalização da atual gestão da Prefeitura de Porto Alegre. Na ocasião, foi
apregoado o Ofício nº 065/05, deferido pelo Senhor Presidente, de autoria do
Senhor Prefeito Municipal de Porto Alegre, solicitando a retirada de tramitação
dos Projetos de Lei do Executivo nos 031/98, 024/01, 021 e 049/03,
016, 023, 026, 037, 045, 060, 061 e 055/04 e dos Projetos de Lei Complementar
do Executivo nos 002/01, 002, 013 e 014/03, 008, 009, 010, 012 e
013/04 (Processos nos 2798/98, 3538/01, 2899/03, 6244/03, 2860/04,
3433/04, 3787/04, 3894/04, 4751/04, 5782/04, 5783/04, 5511/04, 3162/01,
0601/03, 6977/03, 6978/03, 5786/04, 5788/04, 5914/04, 6000/04 e 6001/04,
respectivamente). A seguir, foi apregoado Requerimento de autoria da Vereadora
Manuela d'Ávila, solicitando renovação de votação para o Requerimento nº 090/05
(Processo nº 1707/05). Em COMUNICAÇÃO
DE LÍDER, a Vereadora Manuela d'Ávila reportou-se a fato ocorrido no dia
primeiro de abril de mil novecentos e sessenta e quatro, quando estudantes que
defendiam o Governo militar no Brasil, incendiaram a sede da União Nacional dos
Estudantes, no Rio de Janeiro. Também, manifestou-se favoravelmente à Reforma
Universitária no País e discorreu acerca de problemas no ensino de terceiro
grau no Estado. O Vereador Luiz Braz contraditou críticas feitas no pronunciamento
da Vereadora Maristela Maffei, em Comunicação de Líder, relativamente à
concessão de incentivos fiscais, por parte do Governo do Estado, para empresas
privadas, asseverando haver incoerência nas idéias do Partido dos Trabalhadores
sobre essa questão. Nesse sentido, citou que o Presidente Luiz Inácio Lula da
Silva teria afirmado, na semana passada, que o Grupo Gerdau é um exemplo para
pequenos e micro empresários. Na ocasião, a Vereadora Maristela Maffei formulou
Requerimento verbal, deferido pelo Senhor Presidente, solicitando que, nas
referências feitas a sua pessoa, por parte dos Senhores Vereadores, fosse
citado seu Nome Parlamentar completo, a fim de que não houvesse dubiedade
quanto ao destino dessas manifestações. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador
Paulo Odone discursou a respeito da vida do Papa João Paulo II, falecido anteontem,
enaltecendo a trajetória religiosa dos vinte e seis anos em que Sua Santidade
comandou a Igreja Católica e mencionando como suas principais realizações a
preocupação com a pobreza dos países de Terceiro Mundo e a divulgação da
espiritualidade pelos cinco continentes. Também, felicitou o Sport Club
Internacional pela passagem de seus noventa e seis anos. O Vereador Ibsen Pinheiro
referiu-se às palavras elogiosas do Vereador Paulo Odone, em saudação ao
aniversário do Sport Club Internacional, e historiou a fundação desse clube, há
noventa e seis anos, no antigo Campo da Redenção, hoje Parque Farroupilha.
Ainda, destacou a relevância do futebol no Brasil e alegou que, no Rio Grande
do Sul, o Sport Club Internacional e o Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense,
juntos, têm o papel de conduzir o esporte como um todo. A seguir, constatada a
existência de quórum, foi iniciada a ORDEM DO DIA. Foi apregoado Requerimento
de autoria do Vereador João Carlos Nedel, deferido pelo Senhor Presidente,
solicitando a retirada de tramitação do Projeto de Lei do Legislativo nº 046/03
(Processo nº 1566/03). Em Discussão Geral e Votação Nominal, foi aprovado o
Projeto de Lei do Legislativo nº 019/05, por trinta e um votos SIM, tendo
votado os Vereadores Adeli Sell, Alceu Brasinha, Aldacir Oliboni, Almerindo
Filho, Bernardino Vendruscolo, Carlos Comassetto, Carlos Todeschini, Claudio
Sebenelo, Clênia Maranhão, Dr. Goulart, Ervino Besson, Gerson Almeida, Haroldo
de Souza, Ibsen Pinheiro, João Antonio Dib, João Carlos Nedel, José Ismael
Heinen, Luiz Braz, Manuela d'Ávila, Márcio Bins Ely, Maria Celeste, Mario
Fraga, Maristela Maffei, Maristela Meneghetti, Maurício Dziedricki, Mônica
Leal, Neuza Canabarro, Paulo Odone, Raul Carrion, Sebastião Melo e Sofia
Cavedon. Durante a apreciação do
Projeto de Lei do Legislativo nº 019/05, o Vereador João Carlos Nedel
afastou-se da Presidência dos trabalhos, nos termos do artigo 22 do Regimento. Em
Discussão Geral e Votação, foi aprovado o Projeto de Decreto Legislativo nº
001/05, por treze votos SIM, dois votos NÃO e onze ABSTENÇÕES, após ser
discutido pelos Vereadores Luiz Braz, João Antonio Dib, Adeli Sell, Sebastião
Melo, Claudio Sebenelo, João Carlos Nedel, Sofia Cavedon, Carlos Todeschini e Professor
Garcia, em votação nominal solicitada pelo Vereador Sebastião Melo, tendo
votado Sim os Vereadores Adeli Sell,
Aldacir Oliboni, Carlos Comassetto, Carlos Todeschini, Gerson Almeida, Manuela
d'Ávila, Maria Celeste, Maristela Maffei, Maristela Meneghetti, Neuza
Canabarro, Professor Garcia, Raul Carrion e Sofia Cavedon, Não os
Vereadores Claudio Sebenelo e João
Carlos Nedel e tendo optado pela Abstenção os Vereadores Clênia Maranhão, Dr. Goulart, Ervino Besson,
Haroldo de Souza, Ibsen Pinheiro, João Antonio Dib, José Ismael Heinen, Márcio
Bins Ely, Mario Fraga, Nereu D'Avila e Sebastião Melo. Durante a
apreciação do Projeto de Decreto Legislativo nº 001/05, os Vereadores Ervino
Besson e Aldacir Oliboni cederam seus tempos de discussão, respectivamente, aos
Vereadores Luiz Braz e Adeli Sell. A seguir, foram aprovados os Requerimentos nos
102/05 (Processo nº 1575/05 – Sessão Solene para homenagear os cento e setenta
anos da Assembléia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul) e 103/05
(Processo nº 1588/05 – Sessão Solene para homenagear os cinqüenta anos do Lions
Clube Porto Alegre – Centro), ambos de autoria do Vereador Elói Guimarães. Às
dezoito horas e vinte e sete minutos, constatada a inexistência de quórum, o
Senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos, convocando os Senhores
Vereadores para a Sessão Ordinária da próxima quarta-feira, à hora regimental.
Os trabalhos foram presididos pelos Vereadores Elói Guimarães, Aldacir Oliboni,
Luiz Braz e João Carlos Nedel e secretariados pelos Vereadores Nereu D'Avila e
João Carlos Nedel, este como Secretário “ad hoc”. Do que eu, Nereu D'Avila, 1º
Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata que, após distribuída em
avulsos e aprovada, será assinada por mim e pelo Senhor Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Há quórum. A Mesa da Casa decidiu fazer
uma Sessão Especial na data de amanhã, terça-feira, às 18 horas, em homenagem
póstuma ao Papa João Paulo II. Em nome de todos os Vereadores, vamos pedir
agora um minuto de silêncio em homenagem póstuma à grande figura de João Paulo
II, que era Cidadão de Porto Alegre, título concedido pelo então Vereador Ruben
Thomé, que foi entregue na Catedral Metropolitana. Portanto, vamos pedir um
minuto de silêncio.
(Faz-se
um minuto de silêncio.)
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Obrigado. A Verª Maristela Maffei está
com a palavra para um Requerimento.
A SRA. MARISTELA MAFFEI (Requerimento): Sr. Presidente, solicito a inversão da
ordem dos trabalhos para que possamos, imediatamente, entrar no Grande
Expediente, pois a pessoa que vai fazer parte da Tribuna Popular está com um
probleminha no trânsito.
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Em votação o Requerimento de autoria da
Verª Maristela Maffei. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados.
(Pausa.)...
O SR. JOÃO ANTONIO DIB (Questão de
Ordem): Sr. Presidente,
eu gostaria que fosse verificado o art. 100 da Lei Orgânica, para que nós
pudéssemos definir se esta votação que V. Exª pretende pode ser realizada.
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Prontamente, solicito à Diretoria
Legislativa que faça chegar até aqui a Lei Orgânica. (Lê.): “Art. 100 - Fica
instituída a Tribuna Popular nas sessões plenárias ordinárias e extraordinárias
da Câmara Municipal, bem como na Praça Montevidéu – largo fronteiro à
Prefeitura Municipal, podendo dela fazer uso:
I
– entidades sindicais com sede em Porto Alegre, entidades representativas de
moradores ou outras que tenham atuação no âmbito municipal, reconhecidas ou
registradas como tais;
II
– entidades que, mesmo não tendo caráter municipal, venham a apresentar
questões de relevância para a população de Porto Alegre.
Parágrafo
Único – O Regimento deverá disciplinar as demais situações de uso da palavra
por representantes populares.”
Ver.
João Antonio Dib, não há nenhum obstáculo que impeça a transposição. Trata-se
como matéria dentro do Expediente...
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: E o que diz o Regimento Interno, Sr.
Presidente?
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): No que diz respeito ao Regimento
Interno, não há disposição proibindo...
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: É no início da Sessão, não?
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Está superada a questão - oportunamente
vamos examinar a matéria –, pois acaba de chegar a pessoa que falará na Tribuna
Popular. O art. 94 do Regimento permite a inversão da ordem dos trabalhos
constantes no Expediente da Sessão.
Passamos
à
A Srª Suzana Lisboa,
representando a Associação dos Moradores da Quinta do Portal, está com a
palavra, para tratar de assunto relativo à manifestação da comunidade da Lomba
do Pinheiro, contrária à revogação da denominação da Rua Diógenes Sobrosa de
Souza.
A SRA. SUZANA LISBOA: Sr. Presidente, Sras
Vereadoras e Srs. Vereadores, boa-tarde a todos, especialmente à família do
Diógenes Sobrosa de Souza. Falo aqui como cidadã desta Cidade, que tive a honra
de ser agraciada pela Câmara Municipal com o Título de Cidadã, por Projeto da
Verª Helena Bonumá.
Sinto
dizer que, se essa tentativa de tirar a homenagem feita ao Diógenes for levada
a cabo, eu, certamente, pretendo devolver à Câmara este Título, porque eu me
sinto absolutamente ofendida pela tramitação e a forma como tem-se tratado esse
assunto.
Eu
conheci Diógenes Sobrosa de Souza, em 1979, quando ele estava preso no Presídio
Barro Branco, em São Paulo, e fui, juntamente com o Sen. Teotônio Vilela, então
Presidente da Comissão Mista do Senado que examinava o Projeto de Anistia,
visitar os presos políticos. Naquele momento, não pude entrar, porque teria de
ter uma autorização anterior. Na saída, naquele dia, o Senador Teotônio Vilela
falou à imprensa inteira ali presente: “Aqui não encontrei nenhum terrorista;
aqui, eu encontrei homens, cidadãos brasileiros que lutaram e deram o mais caro
de suas vidas e de sua juventude na luta pela liberdade.” Diógenes Sobrosa de
Souza foi preso, foi barbaramente torturado. Eu tive a oportunidade de, como
membro da Comissão de Indenização aos Presos Políticos do Rio Grande do Sul, em
nome da Comissão de Cidadania e Direitos Humanos da Assembléia Legislativa, ser
a Relatora do processo de indenização do Diógenes. Eu vou ler para os senhores
parte do seu depoimento, que foi anexado àquele processo. Primeiro, eu vou só
me referir a algumas coisas da vida dele (Lê.): “Gaúcho, nascido em Santa
Maria, Diógenes foi militante da Vanguarda Popular Revolucionária – o VPR.
Preso em 12 de dezembro de 1970, aqui em Porto Alegre, pela equipe do Delegado
Pedro Seelig; foi espancado desde o momento da sua prisão, da qual participaram
Luiz Hervelha, Itaci de Oliveira e Enio Coelho, dentre outros policiais civis
não identificados. Torturado com os habituais requintes de crueldade reservados
aos presos políticos, foi imediatamente pendurado no pau-de-arara, sob
espancamentos e choques elétricos. Tamanha violência fez com um de seus olhos
ficasse fora da órbita, obrigando os carrascos a refazer as fotos de
identificação no DOPS após a melhora de suas condições.
Sob
torturas diárias, permaneceu até o dia 21 de dezembro, quando foi levado para a
Operação Bandeirantes, em São Paulo, juntamente com seu irmão, Jorge, também
preso. Viajaram do DOPS, aqui de Porto Alegre, no porta-mala de uma camionete
C-14, e foram levados diretamente para a sala de torturas na sede da Oban, na
Rua Tutóia. Permaneceu sendo torturado diariamente até o dia 11 de fevereiro.”
Agora eu extraio do seu relato (Lê.): “(...) O ritual de torturas era diário,
conforme a troca das equipes, ocorrendo durante o dia e à noite. Os
instrumentos utilizados eram a palmatória, cassetetes e outros. Os choques eram
dados por mais de uma máquina em todo o corpo - dedos, pênis, ânus e, muitas
vezes, dados diretamente da tomada da rede elétrica. Em função dos
espancamentos e choques, perdi toda a carne da palma das mãos e sola dos pés -
os ossos, posteriormente, ficaram à mostra. Para ser interrogado, a cada sessão
de tortura, era arrastado, sob espancamentos, por não conseguir andar.
Em
11 de fevereiro, fui levado para a Polícia do Exército, devido a boatos de que
a OBAN seria invadida pelo Delegado Sérgio Fleury, que ameaçava me retirar dali
para me matar. A Oban ‘defendeu’ minha vida, já que Pedro Seelig me havia
entregue sob recibo. Na Polícia do Exército, permaneci incomunicável até o dia
19 de fevereiro, quando, por motivo de uma tentativa de suicídio, fui levado
novamente para a Oban. Com um arame, que arranquei da arandela do globo de
iluminação, tentei sangrar-me. Enfiei-o na altura do coração, mas perdi as
forças, não conseguindo meu intento. Fui jogado em uma viatura, encapuzado,
ouvindo um sargento-enfermeiro do plantão do dia, enquanto arrancava o arame,
dizer: ‘Esse já era.’ Ao mesmo tempo, fazia pressão em meu diafragma para ver a
extensão da hemorragia interna.
Na
Oban, voltei à tortura. Achavam que, se eu tentava o suicídio, era porque tinha
mais coisas a falar. Perguntavam-me onde estava o Capitão Lamarca, com quem eu
estivera recentemente no campo de treinamento do Vale da Ribeira, em São Paulo.
Essa era a única pergunta - queriam que eu entregasse Lamarca. Ao ser inquirido
no DOPS, em Porto Alegre, eu negara a minha participação nos combates ali
travados, e as torturas e o interrogatório eram única e especificamente para
tentar localizar Lamarca. Não lograram seu intento.
Posteriormente, vim a
saber por Emiliano José, em 1971, que esteve preso na PE, quando de sua chegada
da Bahia, veio junto com parte da equipe que participara da ‘Operação
Pajussara’, que festejavam a morte de meu companheiro Lamarca. Nesse dia, eu
consegui chorar.
Ali
na Oban, permaneci até 6 de maio, sob torturas diárias, quando fui novamente
transferido para a PE(...)”
Diógenes
foi denunciado perante a 2ª Auditoria Militar e teve a sua prisão preventiva
decretada em julho.
“Fui
o primeiro dos presos políticos a ser condenado para quem foi pedida a pena de
morte.”
A
pena de morte existia no País, só que a ditadura militar preferiu, em vez de
matar legalmente, matar nos porões, matar aos pouquinhos, assim como fez com
Diógenes Sobrosa de Souza.
O
povo do Rio Grande do Sul, o povo de Porto Alegre, o povo brasileiro, sentem-se
honrados pela homenagem que esta Casa lhes prestou, porque, se a ditadura não
conseguiu arrancar sua vida, conseguiu arrancar sua alma; Diógenes acabou por
se suicidar há poucos anos.
Nós
não estamos aqui para discutir o que foi a Lei da Anistia. Estamos aqui para
discutir uma homenagem. Porque, se formos discutir a Lei da Anistia, os
torturadores, os mandantes, os assassinos, terão de ser punidos, porque pessoas
foram sacrificadas. Os órgãos de segurança, o Estado brasileiro decepou
cabeças, vazou olhos, arrancou línguas, e fez isso dentro das dependências do
Estado. Não é possível que, tantos anos depois, quando se buscam, ainda, a
verdade e a justiça, quando centenas de pessoas buscam, ainda, os seus
desaparecidos políticos - apenas três corpos foram resgatados neste País,
restando 160 corpos a serem localizados -, esta Casa ouse pôr em dúvida a
homenagem justa e sincera do povo desta Casa, do povo desta Cidade, a um homem
honrado, com quem eu tive a honra de conviver.
Eu
me coloco à disposição para qualquer outro esclarecimento e volto a dizer que,
se esta Casa, por acaso, der andamento a essa tentativa de retirar a homenagem
a Diógenes, eu vou conclamar todos aqueles que, por algum motivo, receberam a
homenagem desta Casa, para que a devolvam, porque não é possível que se possa
viver hoje, tantos anos depois da ditadura militar ter terminado, uma desonra
desse tamanho. (Palmas.)
(Não
revisado pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Convidamos a Srª Suzana Lisboa a fazer
parte da Mesa.
A
Verª Maristela Maffei está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
A SRA. MARISTELA MAFFEI: Sr. Presidente, companheira Suzana, Sras
Vereadoras e Srs. Vereadores, senhoras e senhores, queria ainda citar os
parentes, a família, e, em especial, a Srª Elenir, cunhada do Sobrosa,
carinhosamente assim chamado por todos nós. Gostaria de citar ainda a presença
da comunidade da Lomba do Pinheiro e também de citar o nome do Ver. Ervino
Besson, que, lá na região onde eu resido há 31 anos, nos agraciou com essa
iniciativa, porque aqui não existe disputa, existe soma, pois realmente se
trata de um ideal. Portanto não me senti ofendida, Ver. Ervino Besson; ao
contrário, fiquei muito feliz. Não tive essa brilhante idéia na época, e o
senhor a teve, então eu quero parabenizá-lo por essa iniciativa. E li também a
sua Exposição de Motivos, muito bem elaborada, com conteúdo e argumentos
necessários para o Projeto.
No
livro “Brasil: Tortura Nunca Mais”, de Dom Evaristo Arns - e mesmo em outros
tantos que nós temos em relação àqueles tempos que nos calam tão fundo na alma
e na mente -, ele cita, com propriedade, com detalhes, um pouco do que a Suzana
Lisboa retrata, até porque viveu numa experiência pessoal essa realidade. O que
a Suzana fez não é apenas uma estatística, ela também sentiu na carne,
pessoalmente. Também temos o nosso sempre Ver. Antônio Losada, que foi preso
político, que também conhece essa realidade de perto; todas essas pessoas que
lutaram pela liberdade, que derramaram seu sangue – ainda há muitas ossadas por
aí escondidas -, todas sabem o que isso significa. Portanto a prerrogativa de
terminar com o processo do nome dessa rua, aprovado nesta Casa, nos ofende
moralmente, nos ofende eticamente, e não apenas pelo Brasil, mas pela luta da
Anistia Internacional, pela liberdade dos povos e por tudo aquilo que cala
fundo dentro dos princípios da liberdade democrática. Muito obrigada, Sr.
Presidente. (Palmas.)
(Não
revisado pela oradora.)
O SR. JOÃO ANTONIO DIB (Requerimento): Sr. Presidente, quero fazer um
Requerimento. Gostaria de ver o Processo que requereu esta Tribuna Popular.
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Logo em seguida atendo à solicitação de
V. Exª. A Verª Mônica Leal está com a palavra, nos termos do art. 206 do
Regimento.
(Não
revisado pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Faço chegar às mãos do Ver. João Antonio
Dib, atendendo ao Requerimento que fez, o Requerimento desta Tribuna Popular. O
Ver. Raul Carrion está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR. RAUL CARRION: Em primeiro lugar, gostaria de saudar, em
nome da Bancada do PCdoB, da nossa Líder, Manuela d’Ávila, e também em meu
nome, a companheira Suzana Lisboa, que teve seu esposo assassinado pelos órgãos
de repressão da ditadura, a qual é Cidadã de Porto Alegre, e a quem tive a
honra de conceder o Prêmio Direitos Humanos Herbert de Souza.
Queria
dizer que, na nossa opinião, a reabertura desta discussão é um grave equívoco
da Verª Mônica Leal, de caráter revanchista daqueles mesmos que rasgaram a
Constituição deste País, retiraram o legítimo Presidente da República do poder,
prenderam, demitiram, exilaram, torturaram e assassinaram brasileiros que
resistiram. Esses são os verdadeiros terroristas, Srª Suzana Lisboa.
Quero
dar testemunho de quem era estudante da UFRGS, em 1971; fui preso, encapuzado,
torturado nos limites do DOPS, dirigido, naquele momento, pelo Delegado Pedro
Seelig, com torturadores como – se não me equivoco – Nilo Hervelha e tantos outros. Fui encaminhado para a Oban, lá
assistindo não só a torturas, como a assassinatos e barbáries com crianças e
mulheres. Nós deveríamos preocuparmo-nos com os insepultos, como os do Araguaia
e tantos outros desaparecidos políticos, a maioria degolados, alguns jogados em
locais ignóbeis.
Queria
dizer também que tenho absoluta certeza, Srª Suzana Lisboa, de que este Projeto
não passará, porque a consciência democrática desta Casa é superior aos desejos
revanchistas daqueles que a História já julgou como assassinos da democracia.
Mas, se porventura isso acontecer, seremos os primeiros a protocolar diversos
Projetos para revogar o nome de muitos desses que foram os mandantes dessas
barbáries, como acontece com a própria Av. Castelo Branco, que nós, por
respeito à anistia, temos deixado permanecer. Muito obrigado. (Palmas.)
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Ervino Besson está com a palavra,
nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR. ERVINO BESSON: Sr. Presidente, Ver. Elói Guimarães, Srs.
Vereadores, Sras Vereadoras, comunidade da Lomba do Pinheiro, Srª
Suzana Lisboa, eu queria, aqui, fazer uma saudação muito especial e dizer, com
muita clareza e com muita tranqüilidade, que, quando esta Casa vota um Projeto,
há um trâmite legal. Este Projeto passou por três Comissões, portanto por três
relatores que foram favoráveis ao Projeto, e esta Casa votou, também, por
unanimidade o Projeto. Quando fui procurado pela Verª Mônica Leal, eu disse:
“Vossa Excelência decide.” Assinei para que ela apresentasse o Projeto e que o
Plenário decidisse sobre a revogação, sim ou não, do Projeto. Portanto o
Plenário é soberano e é ele quem vai decidir se a rua vai permanecer com a
denominação de Diógenes Sobrosa de Souza. É assim que funciona esta Casa. Muito
obrigado, Sr. Presidente.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): A Verª Clênia Maranhão está com a
palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
A SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Sr. Presidente, Sras
Vereadoras, Srs. Vereadores, queríamos saudar a presença da militante dos
direitos humanos, Suzana Lisboa, que volta a esta Casa, hoje, vinculada a um
debate trazido pela Associação dos Moradores da Quinta do Portal, acompanhado
de lideranças da Lomba do Pinheiro. Acredito que todos nós nos emocionamos com
a leitura dos documentos que a senhora trouxe a esta tribuna, que nos traz à
memória trágicos e tristes tempos que este País viveu. Acho que é impossível
não se emocionar, porque, na nossa geração, todos nós vivenciamos essa parte da
história do Brasil, na qual as liberdades foram tolhidas e o desrespeito aos
direitos humanos era, muitas vezes, exercido pelo espaço do Estado, com a
conivência do Estado. Porém, eu acho que a luta dos democratas brasileiros
construiu o processo de anistia, uma luta da qual a senhora faz parte e muitos de nós aqui fazemos parte. E
Porto Alegre é uma Cidade onde há ruas com nome de pessoas da quais não gostamos, não respeitamos, e há ruas com nomes de
pessoas que respeitamos e admiramos. Esta é uma parte da democracia: é a
pluralidade de uma cidade que se tem de refletir na pluralidade de um
Parlamento.
Não é significativo, mas
eu quero dizer que votei favoravelmente ao nome de Sobrosa para uma rua, como
um resgate a um lutador pelos direitos humanos e pela democracia, mas eu acho
que o relevante é, além da importância de manter essa homenagem, nós
respeitarmos o processo da anistia brasileira, construída com enormes lutas e
com duras penas.
Eu
queria saudar os familiares do Sobrosa que estão aqui e dizer-lhes que a todos
nós, seguramente, resta render essa homenagem, e, na nossa avaliação, é
inconcebível que esse debate retorne à Câmara Municipal de Porto Alegre depois
de tantos anos de luta contra o tolhimento da liberdade e pela anistia ampla,
geral e irrestrita que se colocou neste País.
Eu
acho que esse é um debate que não se esperava que retornasse, mas, na medida em
que ele retorna, ele traz à tona uma parte da história brasileira que tem que
ser elucidada, porque parece que ela ainda precisa ser elucidada.
Eu
queria, por último, parabenizar a sua luta, a sua coragem e a sua história,
pois, apesar de ter sido vítima do processo da ditadura, nunca se furtou a
continuar lutando pela liberdade. (Palmas.)
(Não
revisado pela oradora.)
O SR. JOSÉ ISMAEL HEINEN: Exmo Sr. Presidente desta Casa,
Ver. Elói Guimarães, Vereadoras e Vereadores, Srª Suzana Lisboa, no dia 31 de
março, fiz uma manifestação em que disse que havia dois lados, duas convicções
e eu respeito os dois lados, as duas convicções, principalmente após uma
anistia geral e irrestrita a todos os brasileiros convictamente envolvidos no
episódio revolucionário lembrado nessa data. Apenas, ao sermos abordados por
cidadãos porto-alegrenses, sabedores das condições do nobre cidadão Diógenes
Sobrosa, da maneira como ele cometeu o crime, e que é do conhecimento da
sociedade, é o que nos causa um certo desconforto ao sabermos das homenagens
desta Casa a cidadãos porto-alegrenses - nada contra de ele ser militante, na
época, como falei, são convicções respeitáveis de ambos os lados -, mas por ele
ter assassinado um refém, e por ter sido condenado à morte, pena que foi depois
passada para a prisão perpétua.
O
que se indaga, o que se pede, e que será posto em julgamento nesta Casa, não é
a sua militância, como eu afirmei, tem o nosso profundo respeito, mas, sim, a
homenagem a um cidadão que executou um refém da maneira como foi feita.
Quero,
novamente, dizer do meu acatamento, da minha homenagem a todos os envolvidos -
não falo em nome do meu Partido, quero deixar claro, falo em nome pessoal, é a
minha posição -, e deixar clara a minha posição que, se for qualquer outro
cidadão que eu tiver que votar, que tenha no seu passado uma pena condenatória,
ele certamente não terá o meu voto. Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. CLAUDIO SEBENELO (Questão de
Ordem): Sr. Presidente,
o Ver. José Ismael Heinen se manifestou individualmente, não sendo a opinião do
Partido. Eu pediria licença, em caráter excepcional, evidentemente, para fazer
a manifestação um pouco diferente da manifestação, com todo respeito, do Ver.
José Ismael.
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Vossa Excelência dispõe de tempo de
Comunicação de Líder; V. Exª pode usar o tempo de Liderança do seu
Partido e fazer a manifestação.
O SR. CLAUDIO SEBENELO: Muito obrigado, Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Estão suspensos os trabalhos para as
despedidas.
(Suspendem-se
os trabalhos às 14h44min.)
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães – às 14h48min): Estão reabertos os trabalhos. O Ver.
Ibsen Pinheiro está com a palavra para um Requerimento.
O SR. IBSEN PINHEIRO (Requerimento): Presidente, estou encaminhando à Mesa,
para despacho de V. Exª, um Requerimento, através do qual desisto do pedido da
formação de uma Comissão Especial para acompanhar a discussão que se travará
nesta Casa sobre a Revitalização do Centro e do Cais do Porto. E o faço, Sr.
Presidente, na intenção de fortalecer uma idéia que já tramita, através de
Projeto de Resolução de constituição de Comissão Especial para acompanhamento
de alterações e adaptação do Plano Diretor, o PDDUA. Com esse objetivo, Sr.
Presidente, também estou encaminhando emenda ao Projeto de Resolução que se
encontra em Pauta, no sentido de aumentar o número de integrantes, ali
previsto, de 19 para 21, e com o dispositivo que proponho à Casa de que se
assegure a proporcionalidade, que é regimental, e naturalmente terá de se
cumprir, mas que se assegure, também, a presença de todos os Partidos, na
intenção de contemplar as Bancadas de um único integrante, com o que nós
teríamos toda a representação política numa Comissão de tal relevância, e que
por isso poderia dar o tratamento especialíssimo à eventual alteração do Plano
Diretor e sobretudo aos projetos especiais relativos ao Centro da Cidade e ao
Cais do Porto. Obrigado, Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Quanto à segunda questão proposta pelo Vereador Ibsen Pinheiro, há um Requerimento,
que inclusive V. Exª pode subscrever, sobre a matéria, e no tocante à questão
da desistência, esta Mesa defere a referida solicitação.
Passamos
ao
A Verª Maristela
Meneghetti está com a palavra em Grande Expediente.
A SRA. MARISTELA MENEGHETTI: Sr. Presidente, Elói Guimarães, Sras
Vereadoras, Srs.Vereadores, demais presentes e telespectadores que nos assistem
pela TVCâmara, é com muita alegria que gostaria de saudar hoje o Sport Club
Internacional, que é um time popular e que sempre foi. O personagem Saci,
símbolo do clube colorado, representa a
vivacidade, o jogo de cintura e a brasilidade do time. O Internacional é
responsável por dias de angústia, sofrimento, mas também de alegria, festa e
orgulho da torcida colorada, principalmente em dias de Gre-Nal, quando a camisa
vermelha cobre as ruas de toda a Cidade e do Estado. Quem é colorado sabe o que
estou falando, não há nada mais forte do que fazer parte de uma enorme família
de torcedores que acompanham o seu time no estádio, seja pela televisão, pelo
jornal, pelo rádio ou pela Internet, que fazem do seu clube assunto na roda de
amigos, na família, no trabalho, e que deixam tudo para unir vozes e cantar o
hino do Inter em dia de jogo.
O
grande estádio Beira-Rio, palco de grandes emoções da torcida colorada, foi
construído com a contribuição de seus fiéis torcedores que viram o seu sonho
concretizado em 1969, e que continuaram a ver seu crescimento com o passar dos
anos. Hoje, o Internacional oferece, para quem veste a camisa vermelha, um
complexo que inclui o estádio, lojas, agência bancária, churrascaria, museu,
capela, e há também um projeto em andamento para a modernização do Estádio
Beira-Rio e do ginásio Gigantinho.
O
Internacional não pode perder seu estreito vínculo com a massa, sua identidade
popular, mas também tem de se adequar à nova realidade do futebol brasileiro e
ao Estatuto de Defesa do Torcedor, que exige essas mudanças conceituais e
estruturais. Hoje, é com muita alegria que comemoramos os 96 anos do Clube,
estamos de uniforme novo e na final do Campeonato Gaúcho. Parabéns para todos
os dirigentes, jogadores, funcionários e, principalmente...
O Sr. Ibsen Pinheiro: V. Exª permite um aparte? (Assentimento
da oradora.) Fico muito gratificado em poder cumprimentar V. Exª na tribuna, eu
tenho testemunhado a assiduidade de V. Exª nos eventos do nosso Clube e no
Estádio Beira-Rio em dia de jogo. Então V. Exª é uma porta-voz não só qualificada
pelo mandato popular, como também pelo mandato do seu coração. Por isso, V. Exª
expressa com tanta clareza e emoção os cumprimentos que são desta Casa, tenho
certeza, ao Sport Clube Internacional. Fico feliz de poder me associar, e os
meus companheiros de Bancada, à manifestação de V. Exª e juntar, também, nossa
voz ao “Parabéns a Você” colorado de nossa paixão.
A SRA. MARISTELA MENEGHETTI: Muito obrigada.
A Srª Maristela Maffei: V. Exª permite um aparte? (Assentimento
da oradora.) Da mesma forma, Verª Maristela Meneghetti, quero dizer que, como
colorada, a primeira bandeira que aprendi a tremular foi a bandeira colorada,
antes da minha, que é do Partido dos Trabalhadores. Então quero parabenizá-la
por essa iniciativa e ao nosso glorioso time Internacional, para que tenha
muito êxito e que, com certeza, voltará à agenda nacional e internacional.
Parabéns.
A SRA. MARISTELA MENEGHETTI: Muito obrigada.
O Sr. Alceu Brasinha: V. Exª permite um aparte? (Assentimento
da oradora.) Vereadora, eu quero dar os parabéns para V. Exª, mas quero dizer
que a maior torcida do Rio Grande do Sul é a do Grêmio, e é o Campeão do Mundo
e Campeão da América.
A SRA. MARISTELA MENEGHETTI: Muito obrigada, Vereador.
O Sr. Raul Carrion: V. Exª permite um aparte? (Assentimento
da oradora.) Verª Maristela Meneghetti, quero saudá-la e parabenizá-la por esta
homenagem tão merecida pelo aniversário do nosso time. Time que nasceu
identificado com o povo mais sofrido. Time que já no nome dele,
“Internacional”, significa que é internacionalista; um time da cor vermelha que
é a cor também do meu Partido. E o primeiro time que teve jogadores negros,
rompendo com uma discriminação de cor que outras equipes tinham. Então a nossa
saudação a V. Exª, a todos os colorados, e também aos gremistas, pois o que
seria do futebol gaúcho se não fosse a rivalidade de Inter e Grêmio? Então,
parabéns, Vereadora.
A SRA. MARISTELA MENEGHETTI: Muito obrigada.
O Sr. Nereu D’Avila: V. Exª permite um aparte? (Assentimento
da oradora.) Vereadora, já vi que V. Exª não falará mais, V. Exª mexe não só
com Porto Alegre, mas com todo o Rio Grande, ainda mais neste momento do final
do Campeonato Gaúcho. Quero me associar às palavras de V. Exª e dizer,
naturalmente, como colorados que somos, que o Internacional honra as tradições
do Estado perante os demais, e que está no fundo dos nossos corações. Só
esperamos, eu e V. Exª, pois desde muito tempo pleiteamos e ainda não
conseguimos, ser do Conselho, que está muito restrito, esperamos, da próxima
vez, também pertencer ao Conselho, V. Exª, eu e mais alguém que ficou de fora.
O Sr. Ervino Besson: V. Exª permite um aparte? (Assentimento
da oradora.) Verª Maristela, eu quero, de uma forma muito carinhosa, muito
especial, parabenizá-la e saudá-la pelo seu pronunciamento. E quero dizer a V.
Exª que eu não sou tão velho assim, mas sou daqueles torcedores do Inter que
ajudaram a construir aquela “capelinha dos eucaliptos” – eu, a Dona Zélia
Caetano Braun, naquela época existia o Jornal do Dia, ela era Diretora deste
jornal, e o Padre Augusto Dalvid, construímos a capelinha, que deve estar lá
até hoje. E mais, no período do intervalo de cada jogo do Inter, nós
recolhíamos com aqueles sacos de passar café alguma contribuição, e dali os
jogadores do Internacional recebiam o prêmio. Então, veja V. Exª, que nós
também temos uma história no Inter. E, mais uma vez, quero parabenizar V. Exª
pelo seu brilhante discurso. Muito obrigado.
A SRA. MARISTELA MENEGHETTI: Obrigada.
A Srª Manuela d’Ávila: V. Exª permite um aparte? (Assentimento
da oradora.) Querida Verª Maristela, não poderia deixar, como colorada que sou,
de me somar a essa intervenção parabenizando o nosso glorioso Sport Clube
Internacional. E que mais esse aniversário do nosso time - que se situa bem
nesse momento da história do nosso futebol - também sirva como inspiração para
que nós passemos a refletir a respeito das condições do esporte no nosso País,
a respeito da capacidade dos nossos clubes e mecanismos para conseguirmos
resolver ou contribuir na resolução desses problemas. Obrigada.
A SRA. MARISTELA MENEGHETTI: Obrigada. Para concluir, então, hoje
comemoramos os 96 anos do Clube. Estamos de uniforme novo e na final do
Campeonato Gaúcho.
O Sr. Claudio Sebenelo: V. Exª permite um aparte? (Assentimento
da oradora.) Desculpe a interrupção, mas vai falar um Conselheiro do Inter,
como o Ibsen – eu acho que somos só nós dois Conselheiros do Inter, três com a
Verª Maristela Meneghetti. É o seguinte: se há alguma coisa, na vida de Porto
Alegre, que mexe com o coração, pelo menos, da metade mais um,
indiscutivelmente, é aquela potência fantástica, aquela loucura das nossas
tardes de domingo no Sport Club Internacional.
A SRA. MARISTELA MENEGHETTI: Obrigada. Parabéns para todos os
dirigentes, jogadores, funcionários e, principalmente, para toda a torcida que
sempre prestigiou e continua prestigiando e engrandecendo o Clube, o que faz do
Internacional o grande clube que é. Muito obrigada. (Palmas.)
(Não
revisado pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Eu quero cumprimentar a Verª Maristela
Meneghetti e dizer que falou também por esta Presidência.
O
Ver. Maurício Dziedricki está com a palavra em Grande Expediente.
O SR. MAURÍCIO DZIEDRICKI:
Eu gostaria de registrar, Sr. Presidente, a cedência do meu tempo do dia de hoje
para o companheiro Ver. Márcio Bins Ely, uma vez que, no dia 7 de abril, farei
uma homenagem ao Grupo de Ações Táticas Especiais da Brigada Militar.
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): De acordo. O Ver. Márcio Bins Ely está
com a palavra em Grande Expediente, por cedência de tempo do Ver. Maurício
Dziedricki.
O SR. MÁRCIO BINS ELY: Ver. Elói Guimarães, na pessoa de V. Exª
quero saudar as demais Vereadoras e Vereadores presentes no plenário, o público
que nos assiste nas galerias da Câmara e o público da nossa TVCâmara, uma
boa-tarde a todos. Eu gostaria de registrar, Ver. Maurício, que conheço e sei
do trabalho importante que desenvolve o Grupo Tático da Brigada Militar, e é
uma honra para mim poder lhe ceder, na oportunidade do dia 7 de abril, esta tribuna
para que V. Exª faça uma justa homenagem a esse importante setor da Segurança
Pública que nos conforta com o seu profissionalismo e o seu trabalho.
Eu
quero aqui também registrar os meus cumprimentos à Verª Maristela Meneghetti,
que me antecedeu nesta tribuna, pelo seu brilhante registro, na data de hoje,
comemorativo ao aniversário do Internacional, o Sport Club Internacional, meu
time de coração. Também registro os meus cumprimentos pelo transcurso do nosso
aniversário. Falo “nosso” porque também faço parte da família colorada deste
Rio Grande, e em conjunto com os Vereadores Conselheiros, Ibsen, Sebenelo e
demais Vereadores e Vereadoras colorados desta Casa.
Neste
momento, quando temos ainda não transcorridas as 24 horas do falecimento do
Papa João Paulo II, também quero externar aqui os meus votos de condolência a
toda família católica, a todo o nosso globo, eu que também faço parte da Igreja
Católica; sou católico não me poderia furtar de manifestar-me neste momento
triste. É um registro pela morte do Papa João Paulo II, que foi essa figura
extraordinária. A gente tem acompanhado pela televisão toda a sua trajetória
pelos mais de 130 países que visitou. E cabe aqui destacar que o Papa João
Paulo II sempre falava na língua do País que ele visitava. Inclusive, ontem, eu
estava assistindo à televisão e pude perceber que, quando ele esteve aqui em
Porto Alegre, naquela oportunidade, fez o seu discurso em português.
Então, quero externar aqui
a nossa tristeza por este momento, mas tenho certeza de que vai estar no
oriente eterno, e deixou o seu legado com a sua passagem por aqui.
Eu
estive na semana passada numa reunião da Reitoria da Ulbra, e, hoje, eu faço
parte da comunidade da Ulbra; faço parte como acadêmico, porque também estudo
Ciências Políticas. Sou estudante universitário; apesar de já ter concluído o
curso de Direito, ainda estou a estudar Ciências Políticas, e a Ulbra é uma
Universidade que hoje está instalada em várias cidades aqui do Rio Grande do
Sul; já está constituída em oito campi, levando educação e saúde para todos
os recantos onde ela está instalada.
Nessa
reunião da Reitoria, o Reitor da Ulbra, o Reitor Rubem Becker fez um destaque
que me chamou muita atenção para um problema que se instalou no nosso Estado
por um período muito extenso, que foi o problema da seca. Hoje, este problema
está parcialmente superado, mas ele vai deixar muitas conseqüências. Ele fazia
um relato referente aos Municípios onde a Ulbra está instalada, e tenho certeza
de que não só nesses Municípios do Interior, mas também em outros Municípios do
nosso Rio Grande, a estiagem vai deixar marcas e está deixando marcas de muita
tristeza, muita dificuldade, falta de alimentação e, inclusive, proliferando
doenças. Eu, inclusive, quero indagar e perguntar a vocês, Vereadores - está
aqui o Ver. Mario Fraga - se já tinham ouvido falar de se contrair a doença de
Chagas através do caldo de cana? É uma coisa que chama muita atenção e que a
gente acaba associando com alguma coisa. Por que não associar com a seca, com a
escassez da água? Talvez os animais foram buscar recursos na cana de açúcar,
como foi constatado. Então, eu gostaria, mais uma vez, de externar, aqui, a
nossa preocupação, e deixar o registro do nosso trabalho no sentido de dar
assistência a essas famílias atingidas, de estar lutando e batalhando para, de
alguma forma, dar uma contribuição a todo o povo gaúcho que foi duramente
atingido, com uma realidade muito ruim, com uma perspectiva muito difícil para
os próximos meses. Tenho certeza de que este ano vai ser um ano muito difícil
para os gaúchos em função da seca.
Mas
venho a esta tribuna, hoje, para fazer uma justa homenagem, e quero citar neste
Grande Expediente uma entidade que se tem destacado na nossa Capital e no nosso
Estado por atender os idosos. Falo, aqui, da SPAAN, da Sociedade
Porto-Alegrense de Auxílio aos Necessitados. Hoje, a SPAAN é presidida por um
companheiro rotário, irmão e amigo, Judásio Alves de Oliveira, atual Presidente
da SPAAN, que tem desenvolvido um grande trabalho, ele que já está concluindo o
6º ano à frente dessa entidade.
Gostaria,
então, de fazer, nesta oportunidade, uma justa homenagem à SPAAN, que foi
fundada em 1931, pelo Rotary Club Porto Alegre. No início dessa caminhada, a
SPAAN recebeu alguns auxílios, e a maneira com que se registrava o auxílio das
famílias a essa entidade era com uma pequena placa oval branca que se afixava
nas residências das famílias que contribuíam com a SPAAN. Essa sociedade ajudou
muita gente, abriga idosos, mas, nos últimos anos, as dificuldades cresceram.
Em
1998, se iniciou o projeto de reestruturação administrativa e financeira da
SPAAN por iniciativa dos rotarianos e com o apoio do SEBRAE, do Grupo Gerdau e
de importantes organizações, tais como a ONG Parceiros Voluntários. É claro que
juntamente com outras empresas, mas, aqui, destaco essas que deram início a uma
contribuição significativa para a SPAAN.
Com
essa reformulação, implantaram-se novos processos levando ao mercado produtos
que buscam despertar na sociedade uma nova realidade. São campanhas, boletos de
doação, jantares, atividades beneficentes que estão sendo realizadas para que
se possa dar uma nova estruturada nessa entidade que passa por dificuldades.
Atualmente,
cerca de 150 idosos vivem nas dependências da SPAAN e desfrutam dos benefícios
que ela oferece.
Diariamente,
60 funcionários trabalham para oferecer uma assistência completa em diversos
sentidos. São três pavilhões e mais de 4 mil metros quadrados de área
construída com capacidade de alojamento para até 250 hóspedes.
A
SPAAN oferece aos seus abrigados casa, comida, com 5 refeições diárias, roupa
lavada, corpo médico, corpo de enfermeiras, dentistas, psicólogos,
fisioterapeutas, nutricionistas e assistente social. E faz um trabalho muito
interessante de alfabetização de idosos. Possui um salão de beleza, e uma local
para ocupação com entretenimento e lazer ao público idoso que acolhe.
As
instalações são compostas por dormitórios, três refeitórios, cozinha e
lavanderia industriais, câmara fria para alimentos, caldeira, gabinete médico e
odontológico, farmácia, barbearia, salão de festas, capela ecumênica e prédio
da administração.
Faço
esta manifestação também em nome da família rotária, eu que participo do Rotary
Norte Porto Alegre em conjunto com o Dr. Hederon, nosso Presidente. O Rotary
Norte é um dos responsáveis também pela manutenção da SPAAN. Presto, neste
Grande Expediente, esta justa homenagem a esta entidade séria e responsável,
que tem dado grandes contribuições à causa do idoso no Município e no nosso
Estado. Obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Ervino Besson está com a palavra
para uma Comunicação de Líder.
O SR. ERVINO BESSON: Sr. Presidente, Elói Guimarães, Srs.
Vereadores e Sras Vereadoras, senhoras e senhores que nos acompanham
nas galerias e também pelo Canal 16 da TVCâmara, eu queria saudar a todos. Eu
falo, hoje, aqui, em nome do meu Partido, o Partido Democrata Trabalhista,
portanto estou falando aqui no Tempo de Comunicação de Líder. O mundo todo vive
um momento de tristeza desde sábado quando surgiu a notícia – a triste notícia
– da morte de um dos homens mais importantes do mundo, que foi o Papa João
Paulo II. O Papa, um homem que percorreu diversos países do mundo, pregando a
paz, conseguiu amenizar muitos dos problemas que o mundo vive hoje. E os
jornais do mundo inteiro, hoje, destacam em suas primeiras páginas a morte do
Papa. O que ele representou nessa sua trajetória, amenizando conflitos, enfim,
sempre ao lado do povo; principalmente do povo mais pobre, respeitando todas as
etnias, todas as religiões. O Papa teve uma grande participação na derrocada
daquela vergonha que era o Muro de Berlim. O Papa, com aquele jeito dele, de
estar junto com o povo, conseguiu dar uma grande colaboração para a derrubada
do Muro de Berlim. O Papa recebeu o Título de Cidadão de Porto Alegre desta
Casa, lá na Cúria Metropolitana, quando era Vereador desta Casa o nosso sempre
querido, o amigo, Ver. Rubem Thomé, cuja filha trabalha nesta Casa, no Setor de
Taquigrafia – as meninas da retaguarda que fazem esse belíssimo trabalho.
Em um ato de grandeza do
nosso Presidente e da Mesa Diretora, amanhã, a partir das 18 horas, esta Casa
estará realizando uma Sessão em homenagem ao Papa João Paulo II. Nós saudamos o
Presidente e a Mesa Diretora e reforçamos o convite para a Sessão de amanhã,
quando esta Casa prestará uma justíssima homenagem a este homem que deixou
história - um Cidadão de Porto Alegre! Com certeza, também estarão presentes o
nosso Arcebispo, Dom Dadeus Grings, e outros sacerdotes.
Uma
das imagens do Papa que ficaram marcadas para milhares de pessoas foi quando,
há poucos dias, ele foi até à janela, onde uma multidão esperava por uma
palavra sua, e ele não tinha mais condições de falar; mas ele estava lá, pelo
menos acenando, mesmo com a dor que estava sentindo. Foi um aceno de despedida.
Essa imagem de João Paulo II ficará gravada em nossa memória, para que esse
exemplo permaneça entre nós: ele estava sempre do lado do povo e do povo mais
sofrido. Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Passamos às
O
Ver. Adeli Sell está com a palavra em Comunicações.
O SR. ADELI SELL: Sr. Presidente, Sras
Vereadoras e Srs. Vereadores, povo de Porto Alegre, tenho a convicção de que a
sonegação é o maior mal que assola o Rio Grande do Sul. A seca foi dura, sem
dúvida, neste verão, como o foi em outros momentos, trazendo enormes prejuízos
ao nosso Estado já tão combalido em suas finanças e em sua economia, mas o mal
que assola o Rio Grande, mesmo, é a sonegação.
Como
já disse, certa feita, o Professor Gunter Atz, isso vem da República Velha: de
1890 a 1930, de cada moeda arrecadada uma era sonegada. Hoje o quadro é bem
pior. O Rio Grande do Sul é campeão em sonegação. Pergunte a qualquer pessoa
séria deste Estado e terá a confirmação: é um parto conseguir uma nota sem
exigi-la. Se houvesse vontade política – e para havê-la, é preciso ter isenção
e coragem - a Secretaria da Fazenda do Estado seria outra: mais moderna, mais
bem equipada, com técnicos do Tesouro nas divisas, com carro, com gasolina, com
apoio técnico e material, com parcerias com outros órgãos públicos. Não haveria
brigas internas entre Auditores e Fiscais. Nenhum Governo enfrentou como
deveria o mal da sonegação. Nenhum! As medidas mais ousadas ficaram longe de
resolver a situação, porque não se encarou isso como um tema de Estado. Se
houvesse vontade política, a Secretaria da Segurança se acertaria com a
Fazenda, ou vice-versa, e teríamos, como o Rio de Janeiro já tem, uma Delegacia
Especializada contra os crimes econômicos, como sonegação, falsificação,
pirataria e contrabando. O Código Penal está em desuso, aqui no Rio Grande do
Sul, contra os crimes do colarinho branco; setores sérios e honestos da
iniciativa privada queriam ajudar. Essa Delegacia
já foi anunciada várias vezes, mas nada foi feito de concreto, falta vontade
política! Se houvesse vontade política, a Secretaria da Fazenda do Estado já
teria feito um convênio com a Receita Federal e um pente-fino estaria em
andamento confrontando contas. O que há de “caixa-dois“ por aqui “não está no
gibi”. Tem sujeito que, checada a sua conta, tudo indicaria a presença de um
pacato empreendedor. Mas olhando a sua casa, o seu carro, os seus gastos, a
conta bancária da esposa, dos filhos, dos parentes, a história mudaria de
figura.
Há uma nova área do
Direito que deveríamos trabalhar, trata-se do Direito Penal Econômico, além de
não esquecer o simples Código Penal. Talvez o perfil dos presos mudasse em
nossas cadeias.
As
Prefeituras, se quisessem, se os Prefeitos tivessem vontade política,
colocariam em prática o seu papel de “polícia administrativa” e agiriam em
defesa do seu povo. Não teríamos, assim, tantos Prefeitos, tantos Governadores
chorando o tempo todo, mendigando com o chapéu na mão, em Brasília, por mais
verbas.
Isso
não quer dizer que o Governo Federal esteja fazendo toda a sua lição de casa. A
criação do Conselho Nacional de Combate à Pirataria é um avanço. As ações da
Receita Federal e da Polícia Federal nas fronteiras e nos “shopping do tipo Lao Kin Chong” são um bom início, mas falta muito.
Mas falta muito!
Assim, não venham com
queixas, com mais aumentos de alíquotas, pois esses são claros convites à
sonegação. Chega de ameaçar com CPI. Afinal, onde ficou a bravata da CPI? Os
dados já existem, todos nós sabemos como e onde se sonega. Quais os ramos que
mais assaltam o Estado. O gosto é amargo, mas o produto pode até ser doce. O
resultado dá nojo, mas a aparência dos negócios até reluz. Falta na mesa dos
pobres, mas sobra nos depósitos.
Todo
o mundo sabe, só o Secretário é que não. Não seria a hora de pegar o chapéu e
deixar o posto para quem queira salvar o Rio Grande do Sul de seu mal maior: a
sonegação?
Este
é o tema vital a ser discutido, o resto é conversa, o resto é firula, o resto é
para fazer badalação de imprensa, o resto é para criar uma cortina de fumaça. O
mal que assola o Rio Grande do Sul tem nome: sonegação! Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Alceu Brasinha está com a palavra
em Comunicações.
O SR. ALCEU BRASINHA: Sr. Presidente, é pela segunda vez que
venho à tribuna para me manifestar sobre a dura realidade que nós, pequenos e
médios empresários, estamos passando hoje em dia.
A
gente abre as portas da loja para os vigaristas entrarem e comprarem e, aí
chegam, ou o assaltante armado, que bota todo mundo deitado e leva o quer, ou o
“171”, feliz da vida, dando risadas, passando a mão no teu ombro, comprando e
passando cheques sem fundos. Assim, nós, pequenos empresários, sabemos o quanto
é difícil viver do outro lado do balcão. Não é verdade, Ver. Bernardino? V. Exª
sabe porque também tem uma microempresa. E nós pequenos e médios empresários
temos essa grande dificuldade em nos mantermos por muito tempo na comunidade.
Eu
quero mostrar para V. Exas o meu patrimônio de cheques sem fundos
(Mostra os cheques). V. Exas estão olhando aqui quantos cheques;
esta é a verdadeira realidade do pequeno empresário de Porto Alegre. Ver.
Adeli, V. Exª também tem de combater esses fornecedores de cheques sem fundos,
porque é muito triste o que as pequenas e médias empresas passam. É quase
impossível manter-se lá do outro lado do balcão. Com tanto trabalho e
dificuldades, a gente consegue ir levando. Aí, meus amigos, enquanto isso o
banco não tem responsabilidade nenhuma. A meu ver, os bancos teriam de ter muita responsabilidade na hora de fornecer
o talão de cheques para o cidadão e ter garantias. Por que nós, empresários, é
que temos de garantir? Dar o presente ao cliente? É quase impossível se manter.
Ver. Elói Guimarães, nós precisamos do seu apoio para combater esses
fornecedores de cheques sem fundos.
O Sr. Bernardino Vendruscolo: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver.
Brasinha, eu, que pensava que V. Exª iria fazer um discurso gremista, pegou-me
de surpresa, sinto-me no dever de vir aqui me somar a esse seu desabafo,
porque, realmente, nós, no nosso dia-a-dia, convivemos com essas sacanagens e
muitas vezes não somos entendidos e compreendidos pelos consumidores, como
quando impomos certas condições para recebermos os cheques. Eu acho que este
momento que V. Exª está expondo, mostrando os cheques, nós devemos pensar, como
consumidores, as dificuldades que os pequenos empresários têm ao receberem
cheques. Muitas vezes, as pessoas apresentam a identidade, e tudo indica que
são pessoas sérias, e acabamos entrando nessas furadas, como V. Exª mesmo acaba
de demonstrar. Os nossos cumprimentos e somo-me a este desabafo que V. Exª está
fazendo.
O SR. ALCEU BRASINHA: Obrigado, Ver. Bernardino. Sabe que
chegam pessoas na loja com cheques de contas bancárias recém-abertas, e a gente
fala que não pode recebê-los; essas pessoas vêm para cima da gente e nos
ameaçam. E o que ocorre? Está aqui a situação. (Mostra os cheques.)
Fora
isso, meus amigos, quero dizer: meus parabéns pelo aniversário do Clube
Internacional, mas quero dizer para a Verª Maristela Meneghetti que o Clube do
Grêmio e os seus torcedores são os maiores do Rio Grande, porque 70% do Rio
Grande é Tricolor, sobram 30% dos torcedores para o Internacional dividir com o
Juventude, Caxias e Zequinha! Nós temos pesquisas que confirmam isso, pesquisas
corretas. É verdade, não é, Ver. João Antonio Dib? E quero dizer isso para o
Ver. Elói Guimarães, que se soma ao time do Internacional, que V. Exa pode ter
certeza de que dias melhores virão, porque, ontem, nós passamos trabalho, mas
tenho certeza absoluta de que, logo ali na frente, a nossa felicidade está
esperando.
A Srª Maristela Meneghetti: V. Exª permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Vereador, eu só gostaria de lhe dizer que o meu discurso foi apenas
uma saudação pelo aniversário do Inter, não esquecendo o Grêmio, que também é
um grande time, que, com certeza, na época do seu aniversário, também
confraternizaremos juntos. Muito obrigada.
O SR. ALCEU BRASINHA: Obrigado, Vereadora. Muito obrigado a
todos vocês.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Professor Garcia está com a
palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. PROFESSOR GARCIA: Sr. Presidente, Sras
Vereadoras, Srs. Vereadores, senhoras e senhores. Vou utilizar o meu tempo de
Comunicação de Líder para tratar de um assunto que já havia falado nos meus
últimos quatro pronunciamentos aqui na Casa, em tempo de Comunicação de Líder
também, relativo ao aumento das tarifas proporcionado pelo Sr. Governador
Germano Rigotto. E fiz algumas alusões, dizendo que o dia 1º de abril era “o
Dia do Bobo”, o “Dia da Mentira”, mas seria a população do Rio Grande, quase 10
milhões de pessoas, que seria penalizada. E o primeiro grande impacto disso foi
o que todos nós vimos acontecer com os combustíveis no Município de Porto
Alegre e no Estado como um todo.
O
preço do combustível em alguns lugares, como em Novo Hamburgo, estava a R$
1,99. Em Porto Alegre, nos últimos dias, os postos baixaram o preço combustível
até um patamar de R$ 2,29. O que aconteceu, ato contínuo, no dia 1º de abril?
Os preços dos combustíveis, em Porto Alegre, subiram para R$ 2,59, ou seja, R$
0,30 a mais o litro do combustível de um dia para o outro.
Ora,
a Sulpetro, como de hábito, não se pronunciou. Mas eu ouvi um pronunciamento de
um dono de um posto de combustível, dizendo por que teve de subir R$ 0,30 o
valor do litro de combustível, valor esse acima dos valores que havia subido o
ICMS. E ele disse que subiram a esse patamar, porque, além de aumentar o valor
do combustível, está aumentando o valor da energia elétrica, do telefone, houve
o dissídio coletivo dos funcionários. Ou seja, colocou uma série de óbices que
nós sabemos que, mais uma vez, quem vai pagar por isso – e está pagando – é a
população. Vamos ver, no final do mês, o que acontecerá com a energia elétrica
e o telefone, cujos aumentos, certamente, mais uma vez, serão repassados para
todos os usuários.
Eu
li atentamente, esses dias, as comparações feitas por um leitor a respeito da
isenção do pagamento de impostos na conta de energia elétrica para quem consome
até 50 kWh. E ele colocou que um refrigerador ligado de forma sistemática
consome quase 40 kWh de energia elétrica. Ora, então, se a pessoa, se a família
ligar sempre o refrigerador, provavelmente não poderá acender uma lâmpada. Sem
falar na questão do banho, porque, se ele esquentar a água com gás, vai ter de
pagar também. Então, ele terá de recorrer ao velho fogão à lenha, e terá de
buscar essa lenha no mato, porque, senão, pagará por uma lenha mais cara.
Isso até poderia parecer
que eu estou falando em tom de brincadeira, mas eu quero dizer para as
senhoras, para os senhores, que Porto Alegre, provavelmente – e nós estaremos
atentos a isto -, terá o maior aumento entre as Capitais do Brasil, terá a
média mais cara em decorrência desse aumento que nós já referimos, ou seja,
quase 10 milhões de gaúchos foram lesados pelo Sr. Governador. E o primeiro
impasse começou com a questão do combustível. Em alguns lugares o valor é de R$
1,99, como em Novo Hamburgo; aqui o valor do litro do combustível era de R$
2,29 – alguns lugares baixaram o valor. E agora é de R$ 2,59 e mais aquele
famoso milésimo 9. Então, senhoras e senhores, nós vamos ficar atentos, vamos
voltar a essa tribuna de forma sistemática e, talvez, como já fizemos nos
últimos quatro pronunciamentos, usando o tempo de Comunicação de Líder,
referindo-nos a esse assunto do tarifaço. Nós vamos, sim, cada vez mais falar
sobre isso e, tomara que nós estejamos errados, que Porto Alegre não tenha o
maior índice de todas as Capitais do nosso País. Muito obrigado, Sr.
Presidente.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Apregôo a Emenda nº 1, de autoria do Ver.
Ibsen Pinheiro, que dá nova redação ao caput do art. 240, como segue (Lê.):
“Art. 240 -. Durante a XIV Legislatura, por deliberação da Mesa e das
Lideranças, poderá ser constituída, a cada sessão legislativa, uma Comissão
Especial, integrada por 21 Vereadores, respeitada a proporcionalidade dos
partidos ou de blocos, com o objetivo de avaliar e discutir a implantação do
Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano Ambiental – PDDUA -, dos projetos de
revitalização do centro da cidade e do cais do porto, bem como propor
correções, ajustes e complementações, e relatar projetos que proponham
alterações na Lei Complementar nº 434, de 1º de dezembro de 1999, e
alterações.”
A
Verª Sofia Cavedon está com a
palavra em Comunicações, por cedência de tempo do Ver. Aldacir Oliboni.
A SRA. SOFIA CAVEDON: Ver. Elói
Guimarães, Presidente desta Casa, nobres Pares, pessoas que nos assistem, no
dia 1º choveu, e as manifestações previstas nesta Cidade, pelos professores,
pelos movimentos do campo e da cidade, sofreram um atenuante, mas o Governo
Rigotto não ficará ileso, porque, no bolso dos cidadãos, o resultado do aumento
de impostos já se faz sentir. O jornal Zero Hora, no sábado, já anunciava que
esta Capital estava com a gasolina majorada por conta do dia primeiro. A gasolina,
hoje, custa R$ 2,60, em média – o repasse imediato da política deste Governo,
que não encontra outra saída senão penalizar os contribuintes. Aí vão dizer: “É
o PT fazendo oposição!” Não! Os operários e até os empresários se unem em
marcha contra a alta dos impostos. Os empresários não temem a chuva; de
guarda-chuva foram à rua, em Novo Hamburgo, unidos aos operários contra o
aumento dos impostos! (Mostra o jornal.) Alguns Deputados da base governista
tentaram, em entrevista, dizer que era uma mera política oposicionista que
estava chamando a atenção para o dia primeiro. Mas não! Aqui no bolso dos
contribuintes já está a conta sendo cobrada. No final do mês, será a conta da
luz e a do telefone. Mas, se isso tivesse um sentido para um Estado governado
com criatividade, perspectiva, esperança, respeito, redistribuição de renda,
com obras, com capacidade propositiva de mudança... Mas não! Isso é, Ver.
Ervino, apenas um curativozinho para uma ferida que logo, logo sangra do outro
lado; é uma medida paliativa de um Robin Hood às avessas, como a Bancada
estadual está chamando, de um Governo do Estado que isenta quem pode pagar e
cobra do pequeno, do cidadão comum. Sim, porque isso vai implicar aumento de
passagens, aumento de produtos, desemprego; vai implicar aumento na conta de
cada um dos cidadãos deste Estado. Isso não é uma política para recuperar o
Estado; é uma política casuística, nós já dizíamos aqui sexta-feira. Ela só
vale por dois anos, só vale enquanto o Governador Rigotto governar ou fizer que
governa, porque o seu discurso procura fugir completamente da sua
responsabilidade, falando que o Governo Federal é que não resolve o problema do
Rio Grande. Nós elegemos um Governador que resolve não governar. O problema é o
Governo Federal, o Presidente Lula é que tem de vir aqui governar. Já não basta
o Presidente Lula, descumprindo a Lei Kandir, vocês sabem, em 2002 - a
compensação da isenção das exportações -, em 2003, o Governo Federal mandou
para o Rio Grande 718 milhões de reais, e em 2004, 719 milhões de reais. Que
mais quer o Governador Rigotto? Que Lula venha governar o Rio Grande?
Ao mesmo tempo em que ele segue com a política da
isenção de grandes empresas, já retirou dos cofres do Rio Grande 2 bilhões e
800 milhões de reais; ao mesmo tempo, como chama atenção o Ver. Adeli, a
sonegação está para mais de 1 bilhão de reais ao ano, sonegação de impostos,
que não há uma medida do Governo Rigotto, uma medida que enfrente esse
problema.
(Não
revisado pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Bernardino Vendruscolo está com a
palavra em Comunicações.
O SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: Sr. Presidente, Ver. Elói Guimarães, Sras
Vereadoras e Srs. Vereadores, vamos falar de Porto Alegre, porque a gente não
sabe o dia de amanhã. Srs. Vereadores, tomamos a liberdade de reapresentar um
Projeto que trata do parcelamento do ITBI, Projeto este que foi apresentado em
outra oportunidade por um Vereador
desta Casa e teve aprovação. Vetado pelo Prefeito, o Veto foi aceito por esta
Casa também, porque ela entendia - e é respeitável – que o Projeto trazia
alguma insegurança, porque visava ao parcelamento do ITBI em até 12 vezes e
permitia a lavratura da escritura a partir do pagamento da primeira parcela.
Mas
nós, que temos mais ou menos 22 anos de experiência no mercado imobiliário,
mais precisamente na administração de condomínios, conseguimos ver a quantidade
de contratos particulares, mais precisamente “contratos-de-gaveta”, cessão de
direito e outros documentos particulares, transferindo propriedade de forma
insegura para aqueles que adquirem. Isso vem persistindo, e nós temos milhares
de contratos no mercado, negócios que não trazem segurança aos adquirentes,
tampouco trazem receita à Prefeitura. É nesse sentido que nós retornamos com o
Projeto, mostrando à Secretaria da Fazenda do Município que essa é uma receita
que não digo que esteja perdida, mas não está acontecendo ao Município, porque
esses adquirentes de imóveis, ainda que de forma precária, na sua grande
maioria, não têm oportunidade de parcelar o ITBI. De qualquer sorte, eles
permanecem na insegurança, e o Município perde de arrecadar, o Município perde
de receber essa receita no momento, digamos assim. Este Projeto aprovado,
facilitando aos adquirentes que façam a regularização dos imóveis, vai trazer
mais segurança a eles e receita ao Município.
Eu
espero que os Vereadores entendam o lado social deste Projeto, e nós já
conversamos com os representantes da Fazenda do Município, mostrando a eles que
ele vai trazer receita ao Município. Aqueles negócios que são feitos no
momento, este Projeto também pretende alcançar; porém, a feitura da escritura
somente ocorrerá quando houver o pagamento da última parcela do ITBI; senão nós
estaremos criando um trabalho a mais para a Prefeitura: fazer o controle desses
pagamentos. Mas, basicamente, este Projeto atende a esses negócios que nós
sabemos que são milhares; são os “contratos-de-gaveta”; cessão de direito; são
loteamentos irregulares que as pessoas não têm incentivo para regularizar,
porque, na hora que buscam a regularização, obrigatoriamente terão de
desembolsar o 100% do ITBI, meus caros colegas, e a despesa do ITBI – 3%, mais
despesa de cartório, de escritura, e mais a despesa do tabelionato, se aproxima
a quatro e pouco por cento. Então, vejam vocês que, em um imóvel de 50 mil
reais, já se gasta 2 mil reais para regularizar; em um imóvel de 100 mil reais,
gasta-se 4 mil e poucos reais para regularizar, e, com isso, se acumulam os
negócios irregulares, e a Prefeitura perde receita - ao menos está perdendo, no
momento. Eu espero que os Vereadores entendam o lado social deste Projeto,
assim como o Sr. Prefeito, que certamente vai ter uma majoração na sua Receita.
Sr. Presidente, era isso; obrigado, caros Vereadores.
(Não
revisado pelo orador.)
Bom,
mas gostaria de falar para os senhores de uma situação que me preocupou assim
que foram permitidos os testes com as células-tronco. Célula-tronco é uma
célula que existe em determinadas partes do organismo para desenvolver todos os
outros tipos de células do organismo, mas existem essas células com grande
capacidade diferenciativa no embrião; existe também no cordão umbilical; e
existem em outras partes do corpo humano. Mas, o que me preocupou? Foi ver
aquelas pessoas, no Parlamento, sentadas em cadeiras de rodas, com muletas, com
algum tipo de dificuldade que lhe trazia a sua doença, podendo imaginar, pela
mensagem que disse quem apresentou a sugestão da regularização das
células-tronco, que a situação estava ali para ser resolvida. Isso não é
verdade! As células-tronco poderão trazer um benefício para a humanidade em um
tempo não menor do que dez, 15, 20 anos! Não é para amanhã! Porque é impossível
colocar uma célula-tronco perto de um nervo e dar uma ordem para ela:
“Célula-tronco, vire nervo!”, porque isso não vai acontecer. Não se pode
colocar dentro do coração uma célula-tronco e dizer para ela “Vire tecido
cardíaco!”, como se fosse uma mágica. Os cientistas precisam ainda estudar qual
fator diferencia a célula-tronco no local em que ela é colocada, e isso ainda
não foi descoberto pelos homens.
Por
isso, eu acho estranho quando sai nos jornais a notícia de que alguém se curou
com a célula-tronco nesse momento. Será que não foi o acaso? Será que não foi
mal interpretada a doença que se apresentava?
Nós temos esse problema de
determinar que fator faz uma célula-tronco se diferenciar no tecido que a gente
deseja quando está tratando o mal; isso as pessoas precisam saber, isso a
Ciência precisa dizer. Porque tu imaginas aqueles homens e mulheres todos
batendo palma, esperançosos, nas galerias da Câmara Federal e do Senado. Ah,
eles tinham de bater palmas e dizer que haviam ganhado uma luta para começar a
se estudar a célula-tronco. Para começar.
E
temos outro problema: nós vamos fabricar embriões para fazer célula-tronco?
Não. Por enquanto, nós só estamos retirando aqueles embriões que foram usados
para algumas mulheres engravidarem, cujos excedentes ficam guardados em tubos
de nitrogênio e que dentro de 3 a 5 anos, dependendo da clínica, serão
descartados, serão colocados fora, serão colocados no lixo. São esses que estão
sendo usados. Mas a gente vai fabricar protótipos de seres humanos para usar as
células-tronco? Isso é uma discussão que a gente vai ter de fazer. Será que a
gente pode fazer isso? Outra situação: os bancos terão de ser particulares ou
os bancos terão de ser públicos? Isso nós temos de fiscalizar! Aí depende de os
Vereadores, de os Deputados e de os Senadores estudarem isso. São bancos
particulares que poderão, a despeito de façanhas já descritas por escritores
desde 1930, fabricar pessoas com tipos determinados, fabricar células que
poderão desenvolver pessoas para trabalhar num setor ou para trabalhar noutro,
tirando-lhe a inteligência. “O Admirável Mundo Novo”, de Aldous Huxley; para
quem quiser ler, foi escrito em 1937, mas é um livro extremamente moderno.
Leiam “O Admirável Mundo Novo”, de Aldous Huxley, e vocês vão entender essa
ideologia.
Os bancos públicos podem
ser mais cuidados. E ainda tem mais: nos bancos particulares, são poucas as
células que são guardadas, pouco se aproveitará no espaço de dez a 20 anos,
quase nada se vai aproveitar. Nos bancos públicos, a diversidade garante que possamos
fazer um estudo muito mais sério, muito mais controlado dessa situação nova,
moderna, que é a utilização da célula-tronco, que há de trazer a saúde, sim,
mas num espaço ainda muito distante de nós.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Maurício Dziedricki está com a
palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. MAURÍCIO DZIEDRICKI: Sr. Presidente, Ver. Elói Guimarães; Sras
Vereadoras, Srs. Vereadores, servidores desta Casa, público que nos assiste na
TV Legislativa, é com muita satisfação que venho a esta tribuna registrar uma
missão que o PTB, neste último fim de semana, realizou, no Município de Capão
da Canoa; um encontro, uma verdadeira imersão na busca pela ideologia
trabalhista nos moldes atuais.
Nós,
em Capão da Canoa, definimos metas, rumos - o chamado Rumo 14 – com a
proposição de buscar uma sociedade mais igual, uma sociedade mais justa, uma
sociedade em que tenhamos a representatividade do trabalho, a
representatividade da solidariedade e, acima de tudo, a participação ampla e
democrática dos diversos segmentos que ora contêm os nossos mais elevados
postos dentro do Partido, dentro da comunidade, dentro dos nossos Municípios,
dentro das nossas representações.
Eu
tenho a honra de registrar isso, uma missão, Presidente, do nosso mais novo
Presidente Estadual e de sua Executiva, companheiro Cláudio Manfrói, que, na
presença de mais de 1200 companheiros, conduziu com propriedade, com gerência,
com extrema lealdade, a maneira pela qual nós queremos impor o ritmo trabalhista
neste e no próximo ano, em que rumaremos para ser protagonistas de uma eleição
que, com certeza, ecoará nos quatro cantos desse Rio Grande. Diga-se de
passagem, os nossos Vereadores desta Casa estavam amplamente representados, não
somente pelas suas próprias participações, mas pela participação dos
integrantes de seus Gabinetes, pela representatividade que têm em Porto Alegre,
elaboraram inúmeros planos na área do trabalho, na área da Segurança Pública,
da Saúde, da gestão administrativa e da participação junto à sociedade. Eu
tenho a felicidade de registrar isso, uma vez que, naquele momento, fui eleito
Vice-Presidente da Associação dos Vereadores do PTB, fazendo com que tenhamos
um discurso único neste Estado, fazendo com que tenhamos, sob o comando de
Cláudio Manfrói, uma missão, que é a representatividade do PTB em todos os
Municípios deste Estado. O PTB, no comando de sua gestão, tem, nos 496
Municípios do Rio Grande do Sul, representatividade, gente trabalhando, gente
que tem uma carteira de identidade que se chama solidariedade e que, ao mesmo
tempo, tem um CPF, que é tido como trabalhismo; e o nosso passaporte da
cidadania, que se reproduz com os nossos mandatos parlamentares, Vereadores
Elói Guimarães, Elias Vidal e Brasinha, fazendo com que tenhamos o compromisso,
para com aqueles que nos elegem, de representá-los na sua totalidade.
Mais
feliz fiquei quando ouvi do nosso militante, companheiro Senador Sérgio Zambiasi, ao encerramento do encontro, que, em
2006, o PTB será protagonista na eleição do Governo do Estado, porque temos a
convicção de que existem inúmeras ações a serem feitas, de que nós, em todos os
momentos, nos somamos ao povo gaúcho, a tudo que vem ao encontro de uma
sociedade que precisa de mais representatividade, de mais democracia, de uma
maior inclusão social. Eu tenho a certeza de que esse encontro trará frutos. O
Encontro Rumo 14 marca a história e cria um divisor de águas na trajetória
política do PTB. Essa imersão se dá diariamente nos nossos gabinetes, nos
gabinetes da Assembléia Legislativa e, hoje, na Prefeitura de Porto Alegre, nos
segmentos que nós ocupamos com propriedade. Cito exemplos: a Presidente Jane
Kühn, da FASE, que mostra um trabalho extremamente competente à frente dessa
Fundação; a posição que hoje ocupa aqui, na condução dos trabalhos da Câmara
Municipal de Vereadores, o nosso companheiro Ver. Elói Guimarães; da mesma
forma, o Presidente Pietroski, na Assembléia Legislativa do Estado; a
representatividade dos 31 Prefeitos, dos 47 Vice-Prefeitos e dos mais de 390
Vereadores eleitos pelo nosso Partido nas últimas eleições.
Quero
dizer aos meus pares que o PTB ruma para o protagonismo, para a inclusão
social, para o trabalho, não somente no cenário estadual, mas diariamente aqui
nesta Casa. Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. João Antonio Dib está com a
palavra em Comunicações.
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, Sras
Vereadoras e Srs. Vereadores, o nobre Ver. Professor Garcia já usou o seu tempo
de Comunicação de Líder e, neste momento, não está no plenário. Na quinta-feira
passada, ele também usou o tempo de Comunicação de Líder para afirmar que o dia
1º de abril era o “Dia da Mentira”. Eu, quando criança, também ouvia dizer
isso, mas essa autodenominada Administração Popular deve ter deixado um decreto
para enganar o Ver. Professor Garcia, porque, para mim, o dia 1º de abril de
2005 foi o “Dia da Verdade”.
O
Jornal do Comércio diz que, conforme o Tribunal de Contas do Estado,
“Prefeitura e Câmara da Capital descumprem Lei em 2004” (Lê.): “A 2ª Câmara do
Tribunal de Contas do Estado emitiu, ontem, Parecer indicando o descumprimento
da Lei de Responsabilidade Fiscal referente à gestão fiscal do Executivo
Municipal de Porto Alegre, exercício de 2004, gestão do então Prefeito João
Verle”. Diga-se de passagem que o Prefeito João Verle foi aposentado como
auditor do Tribunal de Contas do Estado; portanto, conhece muito bem o Tribunal
de Contas, mas eu ainda vou defendê-lo, porque acho que ele não tem culpa. (Lê.)
“A principal irregularidade apontada pelo Tribunal de Contas diz respeito ao
demonstrativo de Restos a Pagar da Prefeitura. O Tribunal de Contas apurou que
o Município escriturou em Restos a Pagar R$ 91. 288.500,62, sem existir lastro
financeiro para a quitação, descumprimento o art. 42 da Lei de Responsabilidade
Fiscal que impede o Executivo, nos dois últimos quadrimestres, de contrair
obrigação de despesa que não possa ser cumprida integralmente dentro do
período. Outra falha apontada pelo Relator, o Conselheiro-substituto Henrique
Poli Figueiredo, refere-se ao item equilíbrio financeiro, que compara o
quantitativo de Restos a Pagar herdado pelo gestor com saldo deixado pelo mesmo
no último ano de seu mandato. No confronto da dívida herdada de R$ 59.553.520,68
com a deixada em R$ 153.434.680,96, o Relator constatou o ‘crescimento
significativo da dívida em quatro anos’, equivalente a 157,64%. Figueiredo
destacou, ainda, que o Município já havia sido advertido sobre o problema,
quando recebeu relatório da Prestação de Contas da Gestão Fiscal de 2003. ‘Essa
grave situação também contribui para a emissão de parecer pelo desatendimento
da Lei de Responsabilidade Fiscal’, afirmou.”
O Sr. Carlos Comassetto: V. Exª permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Ver. João Dib, o Prefeito está dizendo que vai remeter esses
números para a Câmara, aí poderemos discutir com mais profundidade. Mas quero
lhe dizer que o dia 1º de abril é o “Dia da Mentira”. Sob esse ponto de vista,
no dia 30 de setembro de 2002, a manchete do jornal Zero Hora dizia (Lê.):
“Rigotto promete redução do ICMS”. E os postos de gasolina estão aí, aumentou
na nossa economia (sic). Portanto, novamente, a sua verdade é a minha mentira.
Muito obrigado.
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Nobre Vereador, é o Dia da Verdade,
porque o PT afirmava que não ficou nada de Restos a Pagar, que deixou dinheiro
em caixa, que estava tudo certo. Eu ainda disse que eu não era tão educado
quanto o Prefeito desta Cidade, por isso que eu dizia que era uma herança
criminosa que havia deixado para Prefeitura. Isso eu disse com todas as letras.
Portanto, na verdade, se esclareceu que o Prefeito João Verle deixou Restos a
Pagar, e estava avisado de que isso não deveria ocorrer. Agora, devo dizer que
defendo o Prefeito João Verle, porque o Prefeito, claro, tem o seu Secretário
da Fazenda, tem o seu responsável pelo sistema financeiro todo, o planejamento,
então, o Prefeito não chega a ver os números, não tem conhecimento, e,
portanto, ele está, aqui, condenado, praticamente, porque ele é o ordenador da
despesa.
Lamentavelmente,
Ver. Professor Garcia, eu só registro a presença de V. Exª, já que o meu tempo
se encerrou. Saúde e PAZ!
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Passamos à
PAUTA - DISCUSSÃO PRELIMINAR (Art. 151 do
Regimento)
(05 oradores/05 minutos/com aparte)
1.ª SESSÃO
PROC.
N.º 3982/04 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 171/04, de autoria do Ver. Nereu D'Ávila, que
altera o art. 2º da Lei n.º 1.943, de 5 de maio de 1959, que dá denominação a logradouros
públicos, denominando Praça Thomas da Silva Neves a atual Praça Tibiriçá.
PROC.
N.º 0172/05 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N.º 050/05, de autoria do Ver. Elias Vidal, que
concede o título honorífico de Líder Comunitária à Senhora Sueli Cardoso
Ravasio.
3.ª SESSÃO
PROC. N.º 1937/03 - PROJETO DE LEI DO
LEGISLATIVO N.º 084/03, de autoria do Ver. Raul Carrion, que assegura a
estudantes o direito ao pagamento de meia-entrada em atividades culturais e dá
outras providências. Com Emenda n.º 01 e Substitutivo n.º 01.
PROC.
N.º 1470/05 - PROJETO LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO N.º 006/05, de autoria do Ver. Haroldo de Souza, que
altera o artigo 3º da Lei Complementar n.º 444, de 30 de março de 2000,
acrescendo 2 (dois) representantes do Legislativo Municipal na composição do
Conselho Municipal do Idoso.
PROC.
N.º 1550/05 - PROJETO DE EMENDA À LEI ORGÂNICA N.º 006/05, de autoria do
Ver. Sebastião Melo, que altera a redação do inciso VIII do art. 94 da Lei
Orgânica do Município de Porto Alegre, reduzindo o prazo para o Prefeito
Municipal prestar as informações solicitadas pela Câmara Municipal.
PROC.
N.º 1597/05 - PROJETO LEI DO LEGISLATIVO N.º 078/05, de autoria do Ver. João Carlos Nedel,
que denomina Rua Elton Volker um logradouro
público cadastrado localizado
no Bairro Mário Quintana.
PROC.
N.º 1609/05 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N.º 074/05, de autoria do
Ver. Carlos Todeschini, que destina Sessão Solene alusiva à comemoração do
Aniversário da Extensão Rural no Rio Grande do Sul, a ser realizada,
anualmente, no dia 2 de junho, ou em data imediatamente posterior.
PROC.
N.º 0935/05 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 041/05, de autoria do
Ver. Nereu D'Avila, que denomina Rua Soldado Adriano Pereira da Silva um
logradouro público não-cadastrado, localizado no Bairro Vila Nova. Com
Emenda n.º 01.
PROC. N.º 1243/05 - PROJETO DE EMENDA À
LEI ORGÂNICA N.º 002/05, de
autoria da Ver.ª Maria Celeste, que acrescenta o art. 65-A à Lei Orgânica do
Município de Porto Alegre, estabelecendo critérios para o estabelecimento e reajustes
dos subsídios dos Vereadores. Com Emenda n.º 01.
PROC.
N.º 1472/05 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 071/05, de autoria do
Ver. Maurício Dziedricki, que denomina Rua Dorval Elimus Nery um logradouro
público cadastrado, conhecido como Estrada “E” Empresa
Territorial Suburbana, localizado no Bairro conhecido como Protásio Alves.
PROC.
N.º 1620/05 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 079/05, de autoria da
Ver.ª Maria Celeste, que acrescenta parágrafo único ao artigo 1.º da Lei n.º
5.397, de 10 de janeiro de 1984, alterada pela Lei n.º 7.017, de 27 de março de
1992, que institui isenção do pagamento de tarifa nos transportes coletivos
(ônibus) para soldados e cabos da Brigada Militar em serviço.
PROC.
N.º 1785/05 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N.º 077/05, de autoria da
Mesa Diretora, que inclui art. 240 no Título X – Das Disposições Transitórias
da Resolução n.º 1.178, de 16 de julho de 1992, e alterações posteriores
(Regimento da Câmara Municipal de Porto Alegre). (PDDUA/Comissão Especial)
4.ª SESSÃO
PROC.
N.º 1438/05 - PROJETO DE EMENDA À LEI ORGÂNICA N.º 005/05, de autoria do
Ver. João Antonio Dib, que inclui dispositivos nos artigos 56 e 58 da Lei
Orgânica do Município de Porto Alegre, atribuindo competência às Comissões
Permanentes da Câmara Municipal para a discussão e votação de projetos de
denominação de próprios municipais, vias e logradouros públicos.
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Raul Carrion está com a palavra
para discutir a Pauta.
O SR. RAUL CARRION: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras
Vereadoras, são muitos os Projetos em Pauta, e vou referir-me, basicamente, a
dois deles. O primeiro, um Projeto de minha iniciativa, que mereceu um
Substitutivo conjunto com a Verª Manuela, minha Líder, que assegura, Ver.
Maurício, a estudantes o direito ao pagamento de meia-entrada em atividades
culturais e esportivas.
Todos
que já passaram dos 30, digamos assim, e que viveram o período anterior, Ver.
Odone, à ditadura militar, lembram que os estudantes tinham direito à
meia-entrada. Todos nós, que já passamos dos 30 - não é Ver. Goulart? -,
sabemos da importância disso. Alguns têm a visão de que, quem sabe, isso vai
causar prejuízo aos exibidores. Acho um grande equivoco, porque, naquele tempo,
Ver. Odone, os cinemas estavam cheios e criou-se uma geração de cinéfilos, de
jovens que se acostumaram a ir ao cinema, a ir ao teatro, a ir a espetáculos, a
ter, até, na ida ao cinema, aquela convivência. Era na matinê, sábado à tarde;
era o filme na quarta-feira à noite, e assim por diante. Então, nós entendemos
que este Projeto é, na verdade, um Projeto que beneficia evidentemente o jovem,
que precisa uma complementação na sua formação escolar, através da arte,
através da cultura, através do esporte e esses espetáculos, sejam esportivos,
sejam culturais, cumprem essa função como também beneficia o produtor cultural
e o dono de casas de espetáculos ou de cinemas, porque ele está investindo no
futuro.
A Srª Manuela d’Ávila: V. Exª permite um aparte?
O SR. RAUL CARRION: Concedo-lhe, Verª Manuela, que me dá a
honra de fazer esse Substitutivo junto, aliás, foi uma bandeira de campanha sua
muito forte.
A Srª Manuela d’Ávila: Justamente nesse sentido, Ver. Raul
Carrion, de conseguirmos demonstrar aos Sindicatos dos Cinemas, aqueles que
trabalham, que têm a preocupação de ver o seu rendimento, nós estamos
providenciando, inclusive conversei com o Ver. Maurício, pesquisas que
evidenciam que os rendimentos dessas casas crescem após a aplicação da
meia-entrada nos Estados correspondentes. Obrigada.
O SR. RAUL CARRION: Perfeito. Tenho certeza de que o Ver.
Odone será um entusiasta defensor para nós voltarmos a ter os nossos estádios
cheios com a vibração da juventude.
O Sr. Paulo Odone: V. Exª permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Ver. Carrion, eu estava
providenciando uma pesquisa sobre a evolução disso. Como o Vereador disse, na
nossa geração, o estudante tinha a sua carteira de estudante válida e a ele
eram reconhecidos direitos de desconto e participação em vários segmentos, os
culturais e os esportistas. A minha filha, agora, que ainda é estudante de
Psicologia, voltou de Buenos Aires, entrou de graça em todos os museus, em
teatros, desconto em cinemas, com a carteirinha de estudante da UFRGS, de Porto
Alegre. E me cobrou por que em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, não se fazia
isso? É uma restrição para ter ao menos os 20% de desconto na segunda-feira,
com certidão de nascimento. Certamente, teve um pouco de autoritarismo para
tirar a força das entidades estudantis e não valorizar as carteiras. Hoje, as
carteiras são dadas pelas universidades, empresas, segmentos que querem dar
desconto, mas o estudante está absolutamente desconsiderado aqui. E, mais
importante, em São Paulo e no Paraná há descontos efetivos para estudantes
daqui.
Então,
não só conte comigo, mas estou disposto a participar dessa batalha e do dialogo
com os empresários das casas de espetáculo, etc. De minha parte, com a parte
esportiva, pelo meu Grêmio, posso assegurar que nós estamos valorizando,
estamos abertos aos estudantes.
O SR. RAUL CARRION: Agradecemos o seu apoio e tenho certeza
de que as demais Bancadas terão a mesma posição, e é exatamente como Vossa
Excelência diz, foi durante o regime militar que a própria liquidação das
entidades acabou com esse direito. Diversos Estados já reconquistaram e
certamente Porto Alegre, este ano, Ver. Elói Guimarães, também com o seu apoio
reconquistaremos essa vitória. Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Carlos Comassetto está com a
palavra para discutir a Pauta.
O SR. CARLOS COMASSETTO: Sr. Presidente Ver. Elói Guimarães,
prezados colegas Vereadores, prezadas colegas Vereadoras, prezado público que
nos assiste, eu quero, hoje, contribuir com a discussão do Requerimento n.º
095/05, de minha autoria, que requer Moção de Solidariedade ao movimento em
prol da aplicação do Decreto Federal nº 5287, que garante o subsídio de 52,4%
na tarifa de energia elétrica à unidade consumidora onde seja desenvolvida a
atividade relativa à agropecuária no Município de Porto Alegre e nos demais
Municípios do Rio Grande do Sul e do Brasil.
Volto
à tribuna com este tema e peço o apoio, sim, de todas as Bancadas aqui para que
venhamos a aprovar este Requerimento. Por que este Requerimento? Porque o
Governo do Estado, através da Companhia Estadual de Energia Elétrica, não está
fazendo cumprir um Decreto Federal que foi assinado pelo Presidente da
República, o Presidente Lula, no dia 28 de novembro de 2004. Esse Decreto
determina que todas as companhias de energia elétrica do País estendam o
direito ao subsídio para todos os pequenos agricultores que estejam situados em
perímetros urbanos de qualquer Cidade deste País. A Cia. Estadual de Energia
Elétrica, Ver. Ibsen Pinheiro, coordenada pelo Governador Germano Rigotto, está
se negando a aceitar este Decreto e estender os benefícios de subsídios de
energia elétrica aos pequenos agricultores de Porto Alegre e das outras
comunidades. Sabemos, sim, que este Decreto tem pouco tempo de vigência, mas no
momento em que aquela Direção da Cia. Estadual de Energia Elétrica - CEEE - do
Rio Grande do Sul recebe toda a documentação e despacha negando estender este
direito, que é um direito legal, constitucional, nós acreditamos que
precisamos, sim, da intervenção de todos os Partidos políticos para apontar e
corrigir o que não está legalmente sendo aplicado à luz da nossa Constituição,
da Constituição Federal. Portanto nós, hoje, aqui, nos debates anteriores, Ver.
Brasinha, assistimos às dificuldades
por que passam os pequenos produtores, os pequenos empresários, os pequenos
comerciantes, dos cheques sem fundos ao
aumento do ICMS. Este nosso Requerimento que está aqui, Ver. Haroldo de Souza,
é um direito adquirido constitucionalmente; nós temos que fazer, sim, com que o
Rio Grande do Sul e o Governador o cumpram. E esta é a nossa intenção quando
estamos aqui, nesta tribuna, requerendo esta Moção de Solidariedade ao
Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Porto Alegre e às demais entidades, às
cooperativas dos pequenos produtores, que fazem, sim, Porto Alegre ser ainda
uma referência na produção primária e com isso contribuem com a qualificação
ambiental, econômica e social desta Capital, que é uma referência em algumas
atividades, como a Festa do Pêssego, Festa da Uva e da Ameixa, a quantidade de
produção primária relacionada ao cavalo ou à cultura do gaúcho que ainda existe
em Porto Alegre. A não-aplicação deste Decreto, por parte do Governador do
Estado, representa um aumento de 52,4% nos subsídios, ou melhor, nas contas,
nas tarifas de energia elétrica.
Este Requerimento que está
em Pauta hoje, o de n.º 095/05, de nossa autoria, pede que esta Casa aprove
isto para ajudar a trazer a transparência da aplicação da Legislação Federal. E
que todos os Partidos aqui se aliem para dizer o que é construído com justiça,
à luz da Constituição e que deve ser aplicado por qualquer governante e também,
aqui no Rio Grande do Sul, pelo nosso Governo do Estado, Governador Germano
Rigotto, e a direção da Cia. Estadual de Energia Elétrica. Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. João Antonio Dib está com a
palavra para discutir a Pauta.
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, Sras
Vereadoras e Srs. Vereadores, eu já havia programado viver até os 110 anos,
pois o meu avô viveu 106, mas, hoje, nesta Sessão, já tive que refazer os meus
cálculos, eu vou ter que viver até os 120 anos para aprender um pouco mais.
Todos os dias a gente aprende. Hoje, eu ouvi aqui uma manifestação, em Tribuna
Popular, de alguém que não tinha nada que ver com o fato. Mas estranharam o
fato de querer trocar de nome e fizeram pronunciamentos, coisas assim de
retirar a palavra de quem falou, uma porção de coisas. Agora há, hoje, um
Projeto de Lei que troca o nome da Praça Tibiriçá para Praça Thomas da Silva
Neves. Esta Praça Tibiriçá foi a Lei sancionada em 1959, pelo então Prefeito
Tristão Sucupira Viana. De 1959 até 2005, são 46 anos. Há 46 anos a Praça se
chama Tibiriçá. Agora, o Vereador quer que se chame Thomas da Silva Neves. Eu
não entendi qual a diferença de fazer com que se troque o nome do Tibiriçá com
o Sobrosa. Mas alguém deve entender.
O
Ver. Carrion continua com o seu direito de pagamento à meia-entrada, etc e tal.
A Verª Maria Celeste também deseja a mesma coisa para os brigadianos. É muito
fácil dar o que não é seu!
Mas,
esta semana, eu assistia televisão e vi que um Deputado Estadual pretende
também dar meia-entrada no cinema e no transporte coletivo para os doadores de
sangue. Doador de sangue é um indivíduo nobre, heróico. Quer pagar para ele a
passagem; fazer com que ele venda o seu sangue.
O Sr. Nereu D’Avila: V. Exª permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Vereador, primeiro a minha admiração, sempre reiterada, por V. Exª,
por ser talvez o mais atento a todos os aspectos desta Câmara, o que é muito
bom, porque é muito ruim que os Vereadores, às vezes, não saibam nem o que
estão votando. Portanto, parabéns. Segundo, só para esclarecer a V. Exª que
realmente em um ponto V. Exª tem razão: faz quarenta e tantos anos que essa
praça lá na Glória se chama Tibiriçá. Agora, eu confesso que é um
desconhecimento meu de quem foi Tibiriçá, mas naturalmente deve ter merecido.
Nós estamos modificando – e eu sou apenas o intérprete – porque houve uma
comoção na região, quando uma bala perdida matou um menino de uma família muito
querida. De nossa parte, houve, não um descuido, mas eu não me dei conta desses
quarenta e tantos anos. Foi-me informado que oficialmente a praça não tinha
ainda o nome de Tibiriçá, que era alcunhada. E eu, então, entrei com o Projeto.
Quando verificou-se que realmente era Tibiriçá, a região toda mobilizou-se,
através de abaixo-assinado. Só para explicar a V. Exª, pela atenção que V. Exª
deu à situação. Ao primeiro olhar, realmente é um pouco estranho que depois de
quarenta e tantos anos se mude o nome de uma praça em Porto Alegre, mas V. Exª
merece mais do que explicação, merece todo o nosso respeito.
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Nobre Vereador, eu não critiquei o
Projeto de Vossa Excelência; só mostrei que era possível acontecer. E até devo
elogiar o Prefeito Tristão Sucupira Viana, ou o Vereador da época, que, em um
mesmo Projeto de Lei, nominou cinco praças em Porto Alegre.
A
Verª Maria Celeste pretende alterar a Lei Orgânica para estabelecer formas de
reajuste dos Vereadores quando isso ocorrer. Eu sou mais simples: na semana
passada, protocolei ofício dirigido ao Presidente dizendo que abro mão, a
partir do dia 1º de abril, de 25% dos recursos para a manutenção do meu
gabinete. Quero ajudar a Câmara e eu acho que estou fazendo o meu pedaço. Saúde
e PAZ!
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Bernardino Vendruscolo está com a
palavra para discutir a Pauta.
O SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: Sr. Presidente, Ver. Elói Guimarães, Sras
Vereadoras e Srs. Vereadores, vou falar de dois Projetos que tramitam aqui
nesta Casa. Um, de autoria do Ver. João Antonio Dib, que transfere para as
Comissões Permanentes da Casa a discussão e votação de projetos de denominação
de próprios Municipais, vias e logradouros públicos. Vereador João Antonio Dib,
nossos cumprimentos novamente pela iniciativa; já falei em outra oportunidade e
repito: sabemos que outros Vereadores também encaminham Projeto neste sentido,
mas estamos fazendo uma reengenharia do nosso Regimento Interno para que
possamos produzir mais, tenho a certeza disso.
Outro Projeto de nossa
autoria é um Requerimento para uma Sessão Solene do dia 19 de setembro no
acampamento Farroupilha. O Movimento Tradicionalista Gaúcho – MTG - merece toda
a nossa distinção e o nosso apoio.
E essa Sessão, Sr.
Presidente, sendo aprovada para que aconteça lá no acampamento Farroupilha,
vamos estar fazendo nada mais e nada menos do que uma homenagem a esses que bem
representam a tradição do povo do Rio Grande, ao Movimento Tradicionalista
Gaúcho que, a cada ano que passa, se multiplica: são quase cinco mil
cavalarianos desfilando; são homens que vêm, orgulhosamente, defender e
representar aquilo que os nossos antepassados muito bem fizeram.
A Semana
Farroupilha para nós, gaúchos, é uma semana que nos faz lembrar aqueles que no
passado tombaram defendendo esta terra, e que muito bem representaram este povo
aqui do Sul, que sofria e que era de uma forma ou de outra desprezado pelo
próprio Império, mas que aqui, mesmo com tudo o que ocorria, diuturnamente,
defendia o Brasil.
Eu
acho que esses cavalarianos, esses tradicionalistas mantêm acesa a chama
daqueles que no passado representaram o Rio Grande.
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Eu pediria que o Vereador se ativesse à
matéria em Pauta.
O SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: Obrigado, Sr. Presidente. Eu acho que
este Requerimento, para que a Sessão Solene ocorra no acampamento Farroupilha,
é certamente o reconhecimento ao Movimento Tradicionalista Gaúcho. Peço
escusas, porque me emociono, Sr. Presidente, até porque já vi, em outra
oportunidade, dificuldades nesse sentido. Espero que os Vereadores entendam o
nosso objetivo e entendam, também, a importância de se fazer essa Sessão lá.
Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Carlos Todeschini está com a
palavra para discutir a Pauta.
O SR. CARLOS TODESCHINI: Sr. Presidente, Sras
Vereadoras e Srs. Vereadores, assistência do Canal 16 que nos assiste neste
momento, retorno à tribuna para falar sobre o PR nº 074/05, relativo à
homenagem aos Serviços de Extensão Rural do Rio Grande do Sul, em particular à
Emater, que completa 50 anos. Pretendemos homenagear esse importante serviço
público prestado à comunidade. Um benefício que certamente trará o
fortalecimento da Extensão Rural no Rio Grande do Sul é a nova fase em que
ingressaremos agora, no futuro, com a entrada em vigor do Protocolo de Kyoto e
com a possibilidade de produção dos combustíveis limpos, como o álcool e o
biodiesel, em especial, que necessitará contar com o apoio da Extensão Rural,
com o apoio dos agricultores, dos serviços de agroindústria, enfim, de todo o
contexto, todo o complexo que envolve o bom de desenvolvimento da agricultura,
e para que nós não tenhamos, dessa forma, esse esquema que nós vimos acontecer
no final da semana, a partir do dia 1º, que é a cartelização dos combustíveis.
Erra o Governo do Estado
quando aumenta os impostos, e erra o Governo quando permite a ganância e
permite que os cartéis se formem assaltando o bolso do contribuinte. É
inaceitável, por exemplo, que - como falou aqui o Ver. Garcia -, em Novo
Hamburgo, a gasolina estivesse a R$ 1,99 e passasse para R$ 2,60 de uma única
vez. Nós, inclusive, devemos chamar, pela CEFOR, o Procon, e devemos chamar os
órgãos aqui para dar explicações.
E
por que esse projeto de Extensão Rural, de tecnologia, de introdução do novo
elemento produz um diferencial? Porque nós poderemos ter usinas nas pequenas
cidades; porque nós poderemos ter usinas que sejam descentralizadas; porque nós
vamos nos valer da produção das supersafras que, às vezes, são fatores de
prejuízos, de queda de preços e, também, de problemas para agricultura, tanto
quanto é uma estiagem, fazendo com que o uso dos combustíveis biológicos, com o
uso dos combustíveis líquidos, nós possamos evitar isso que foi formado de
maneira oportunista e desavergonhada, que é essa cartelização do poder, do
monopólio dos combustíveis, provocando um verdadeiro assalto a todos os
contribuintes, a todos os consumidores e a todos os gaúchos, em especial. A
começar pela precária gestão, pela deficiente e ineficiente gestão que tem o
Governo do Estado, que não olha para isso e deixa todo o povo gaúcho
vulnerável, pagando uma conta que vai ter uma reação em cadeia, e faz com que
todos fiquemos um pouco mais pobres e com que todos nós desembolsemos mais
dinheiro para pagar uma conta.
(Aparte
anti-regimental do Ver. João Antonio Dib.)
O SR. CARLOS TODESCHINI: Sim, está na Pauta Vereador, porque
estou falando da Extensão Rural e estou falando do Rio Grande do Sul, de um
serviço que é essencial que seja retomado, revigorado e que ponha fim à
cartelização que está colocada. Aproveitam de forma oportunista uma ação do
Governo do Estado, que já é completamente equivocada, completamente
antidemocrática, completamente contrária àquilo que foi dito em campanha,
então, golpeiam e assaltam todos os contribuintes, e colocam um ônus mais
pesado ainda sobre a sociedade!
Quero
dizer que o uso dos biocombustíveis, a descentralização e a quebra desse
cartel, desse monopólio, vão fazer com que o povo, a sociedade, as localidades,
as cooperativas, a agroindústria tenha poder, também, de participar da
economia, protegendo o cidadão e o consumidor. É sobre isso que eu vim falar
neste momento. Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): A Verª Maristela Maffei está com a
palavra para uma Comunicação de Líder.
A SRA. MARISTELA MAFFEI: Sr. Presidente, Sras
Vereadoras, Srs. Vereadores, senhoras e senhores, nós vivenciamos um fato,
agora, no dia 1º de abril, que já foi aqui citado, referido por vários
Vereadores e Vereadoras sobre a conseqüência que isso tem trazido para esta
sociedade. Agora, quase passa despercebido da nossa população um Decreto em
relação ao ICMS, o Fundopem, no Rio Grande do Sul, que concede novos incentivos
para a Gerdau. (Lê.) “Os incentivos definitivos concedidos pelo Governador
Rigotto, via Fundopem, já ultrapassaram 3,8 bilhões, até março de 2005, sem
considerar os valores” - não especificamente para a Gerdau, mas estou
justificando a totalidade – “que o Governo não divulgou de novas concessões e
prorrogações que, inclusive, podem ultrapassar o valor de 5 bilhões de reais.
Cerca de 96,5% desse total foram destinados a grandes empresas; 3% a médias
empresas e menos de 0,5% às pequenas e microempresas (dos números não
divulgados).
A Gerdau obteve
reformulação, prorrogação e concessão de novo incentivo enquadrado no chamado
Integrar. A nova concessão do Fundopem é de R$ 894,4 milhões, sendo que, deste
valor, 40,7%, ou R$ 364,6 milhões serão renunciados pelo Estado - Decreto nº
43.705, do Diário Oficial do dia 30 de março de 2005. O projeto foi enquadrado
no Integrar para a empresa investir nas unidades de Charqueadas e Sapucaia do
Sul. O Integrar foi criado pelo Governo Rigotto para beneficiar as regiões
‘mais pobres’.
Além disso, a Gerdau
obteve reformulação e prorrogação de projetos - Decretos nºs 43.703 e 43.704,
DO de 30 de março de 2005. Foram incentivados mais de 202 milhões de reais só
das reformulações, podendo se beneficiar ainda mais dos valores originalmente
concedidos e agora prorrogados.
São investimentos
comprometidos em 1996, em 1997, não realizados, que agora ganharam ‘mais uma
chance’. Seus incentivos são do Fundopem, com recursos a fundo perdido;
incentivos sobre o ICMS, que já pagava, não só o incremental. No entanto, a
empresa não só investiu valores inferiores ao comprometido quando dos
benefícios de 1996 e 1997, como também nos anos de 1997 a 2002, à exceção do
ano de 1998, manteve número de empregos diretos inferior ao comprometido no
projeto, que, por sua vez, já não previa geração de empregos, mas somente a sua
manutenção.”
Ver. Gerson Almeida - seja bem-vindo, sempre
como Vereador desta Casa, retornando, aqui, conosco -, veja a luta que nós
temos pela frente para mostrar à sociedade gaúcha as novas publicações de
Resoluções do Conselho do Fundopem, e que nós estamos escancarando como um fato
verídico, publicado no Diário Oficial, que vem apenas prejudicar a nossa sociedade.
Isso é um crime contra a sociedade, é um crime ao incentivo inicial que deveria
ser revertido para o pequeno e médio e para as regiões onde há o problema sério
da seca. No entanto, Ver. Dib, mais uma vez, vem beneficiar apenas àqueles que
já têm muito. É um escândalo para a nossa sociedade que vive uma situação de
caos, quando nós sabemos que, mesmo que seja dito que é para ajudar a manter a
folha do funcionalismo público, no entanto, a lógica perversa diz que é para
ajudar e disfarçar o que tem realmente de verdadeiro por trás disso, que é
beneficiar as grandes empresas e não o Estado do Rio Grande do Sul. Muito
obrigada.
(Não
revisado pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Requerimento de parte da Liderança do PT,
Verª Maristela Maffei, que trata de Licença para Tratamento de Saúde da Verª
Margarete Moraes, nos dias 4 e 5 de abril. Acompanha o atestado médico. Os
suplentes, pela ordem, Ver. Marcelo Danéris e Ver. Guilherme Barbosa,
declararam-se impedidos de assumir. Presente o ex-Vereador, Suplente de
Vereador, Gerson Almeida. Convido-o a entregar à Direção dos trabalhos o seu
Diploma bem como a Declaração de Bens.
(Pausa.)
(Procede à entrega dos documentos.)
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Solicito que os Vereadores presentes, de pé,
ouçam o compromisso que o Ver. Gerson Almeida prestará a seguir.
O SR. GERSON ALMEIDA: (Lê.): “Prometo cumprir a Lei Orgânica do
Município de Porto Alegre, defender a autonomia municipal, exercer com honra,
lealdade e dedicação o mandato que me foi conferido pelo povo.” (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Declaro empossado o Vereador Gerson Almeida, que passará a integrar a Comissão de
Defesa do Consumidor e Direitos Humanos – CEDECONDH.
O
Ver. Gerson Almeida está com a palavra.
O SR. GERSON ALMEIDA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras
Vereadoras, queria, em primeiro lugar, saudar a todos Vereadores e Vereadoras
das diversas Bancadas, e dizer que, para mim, é uma grande satisfação
reassumir, na condição de suplente da Bancada do Partido dos Trabalhadores, no
dia de hoje, e, mais uma vez, reafirmar os compromissos de respeito ao
Parlamento e à representação política na nossa Cidade. Como todos sabem, ao
longo dos últimos anos, exerci responsabilidades junto ao Executivo Municipal,
na condição de Secretário Municipal de Meio Ambiente e, mais recentemente, na
condição de Secretário de Governo Municipal, assim como três mandatos de
Vereador nesta Casa. Portanto, conheço o Plenário, respeito-o e acho que
estamos em um momento muito importante não só na política local como também na
nacional. E são poucos os momentos em que se pode dizer que há tanto simbolismo
e tantas situações que exigem dos homens e mulheres que optaram pela vida
pública, dos setores sociais organizados, o seu papel, porque, sem dúvida
nenhuma, nós, que governamos por 16 anos a cidade de Porto Alegre, que
procuramos fazer o melhor - e estamos orgulhosos do que fizemos -, agora
estamos acompanhando, observando, na posição de oposição, vendo todos aqueles
segmentos sociais legítimos que disputavam conosco os rumos da Cidade, governar
a cidade de Porto Alegre. E se nós pudermos, para além das paixões de quem é a
favor e de quem é contra, do que deve ser feito, e é necessário também que haja
essa dimensão, mas se nós pudermos ter o mínimo de distanciamento, como quadros
políticos, homens e mulheres responsáveis por construir uma Cidade e um País
melhor, termos um mínimo de distanciamento crítico, nós vamos ver que é uma
grande oportunidade, para que nós possamos, também, na crítica e na
autocrítica, quem sabe, realizar uma síntese superior sobre uma visão de cidade
democrática. Porque Porto Alegre ficou conhecida por muitas coisas, mas
sobretudo por ter, a partir do poder local, experimentado a elasticidade das
fronteiras da política tradicional, da política representativa, tal como na
modernidade se igualou à democracia; democracia é igual a política
representativa. Nós mostramos, a partir da experiência de Porto Alegre, e de
tantas outras, que é possível e necessário, que se respeite, sim; democracia é
representação, mas não é apenas isso, e que mesmo as formas de representação
precisam ser alargadas. Agora que a frente política que ganhou a Cidade também
se comprometeu, ao longo do processo, e acredito que num aprendizado real, efetivo,
na disputa política que travamos na Cidade, se comprometeu, também, com esse
alargamento das formas democráticas de participação, e parece que estamos num
momento em que é possível uma síntese superior. Na medida em que tínhamos antes
- não toda, é verdade - uma oposição que, honesta e sinceramente, criticava
essa forma de ação, mas que ao longo do tempo foi, no amadurecimento, na
experiência, também, se comprometendo e vendo que é possível, é importante, e é
melhor para a Cidade que isso aconteça. É esse o nosso papel agora, como
oposição, é ficarmos vigilantes; vigilantes não daqueles que estão procurando
que errem, mas vigilantes no sentido de fazer com que a equação desse conflito
possa resultar numa Cidade melhor e uma qualidade política, democrática e
representativa melhor para todos nós. Então, senhoras e senhores, muito
obrigado, é uma honra estar de volta a este Plenário. Gostaria de continuar
colaborando para que a Cidade seja cada vez melhor. Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Apregôo o Ofício nº 65/GP, de 31 de
março de 2005, do Sr. Prefeito Municipal, que solicita a retirada dos processos
2798/98, 3162/01, 3538/01, 601/03, 2899/03, 6244/03, 6977/03, 6978/03, 2860/04,
3433/04, 3787/04, 3894/04, 4751/04, 5782/04, 5783/04, 5786/04, 5788/04,
5914/04, 6000/04, 6001/04, 5511/04.
Aceito
a retirada dos processos.
Apregôo
ainda o Requerimento nº 090/05, de autoria da Verª Manuela d’Ávila, que
solicita a renovação de votação da Moção de Solidariedade aos estudantes
Estevan Martins de Campos, Diego Vitello, Fabiano Elias e Rodrigo Branco,
agredidos pela Brigada Militar.
A Verª Manuela d’Ávila
está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
A SRA. MANUELA D’ÁVILA: Sr. Presidente, Sras
Vereadoras, Srs. Vereadores, aqueles que nos assistem pela TVCâmara, na
sexta-feira, dia 1º, nós rememoramos com muita tristeza a data do primeiro ato
mais feroz, ou mais selvagem da ditadura militar contra os estudantes do nosso
País, porque o dia 1º de abril de 1964 foi a data em que alguns estudantes -
defensores daquele regime -, queimaram, incendiaram a histórica sede da União
Nacional dos Estudantes, no Aterro do Flamengo, no Rio de Janeiro. E sempre a
história nos propicia algumas reflexões e alguns encontros de fatos que nos
surpreendem e também nos trazem certa felicidade. Quando estamos nos recordando
dos 41 anos do incêndio da sede do Flamengo, sede esta que até os dias de hoje
o Movimento Estudantil do nosso País está tentando rearticular, reconstruir,
temos inclusive o projeto do Arquiteto Oscar Niemeyer para que possamos
construir uma linda, nova, e simbólica sede no Estado do Rio de Janeiro, para a
UNE, quando rememoramos esses 41
anos, também estamos fazendo o debate da reforma universitária, o qual não vou
comentar, mais uma vez, nesta tribuna, porque já me manifestei muitas vezes
nesse período de tempo recente, sobre os principais motivos que nos levam a
apoiar, defender, e a lutar para que o anteprojeto da reforma universitária
seja enviado ao Congresso.
Entretanto, nós, nesta
quarta-feira, dia 06 de abril, estaremos realizando, em todo o Brasil, inúmeras
manifestações do Movimento Estudantil contra a oposição que nasce organizada
por Paulo Renato e pelos “tubarões” do ensino da rede privada - não as
universidades comunitárias do nosso Estado -, organizada, que existe, de fato,
no Estado de São Paulo, no Estado do Rio de Janeiro, no Estado de Minas Gerais
e que ainda é embrionária no nosso Estado. E essas manifestações vão acontecer
aqui na nossa Cidade, na Universidade Federal do Rio Grande do Sul. O que me
entristece, entretanto, é que no momento em que estejamos discutindo, com tanto
ânimo, com tantos jovens contribuindo para o debate da reforma do Ensino
Superior no nosso País, que propicia, evidentemente o debate da educação como
um todo, eu receba tristes notícias sobre a Educação no nosso Estado.
Sempre
compreendi e tive a convicção, inclusive porque trabalho no Movimento
Estudantil, como o PDT, e tenho uma relação construtiva com o Secretário
Fortunati, muito embora estejamos em lados diferentes da história, neste
momento. E sei do compromisso do PDT com a Educação e com o seu acúmulo,
inclusive, quadros históricos da Educação que fazem parte - fazem e fizeram -,
em outros tempos, parte da história desse Partido. Mas foi com muita tristeza
que, nesse sábado, quando conversava com professores do Município de Passo
Fundo, soube de algumas ações realmente preocupantes com relação à Educação, ao
Ensino Médio do nosso Estado. O fato que me trouxe esse espanto e essa tristeza
é que, no nosso Estado, os professores que têm 20 horas-aula trabalham com 16
horas de dedicação às salas de aula e 4 horas de dedicação extraclasse, ou
seja, o período em que preparam as suas aulas, fecham as suas chamadas,
participam de reuniões pedagógicas, que complementam, portanto, a atividade que
se envolvem dentro da sala de aula. E todos nós compreendemos que esse espaço é
fundamental. Agora, o fato objetivo que acontece hoje no Estado do Rio Grande
do Sul é a inversão, é o retrocesso, é a redução e a extinção dessas 4 horas,
desse um quinto da atividade dos nossos professores da rede estadual, retirando
isso que é um avanço, isso que significa a preocupação real com esses que são
trabalhadores da Educação, que constroem o nosso País e que, nesse momento, vêm
tendo esse direito retirado. Portanto, nós compreendemos uma redução na
qualidade do Ensino do Estado do Rio Grande do Sul e a recebemos com muita
tristeza, mas, com certeza, junto com os outros Partidos que defendem a
Educação, com a Bancada do Partido dos Trabalhadores na Assembléia, com a
convicção de que, junto com os Parlamentares do PDT inclusive, vamos trabalhar
para reverter essa situação. Porque professor desenvolve as suas atividades em
sala de aula, mas também é professor quando está pensando no que vai passar na
sala de aula, quando está formulando e aprendendo para ensinar aos nossos
jovens do nosso Estado do Rio Grande do Sul. Muito obrigada.
(Não
revisado pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): O Ver. Luiz Braz está com a palavra para
uma Comunicação de Líder.
O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente, Ver. João Carlos Nedel,
Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, senhoras e senhores, esta Casa tem
uma grande riqueza em oradores que passam por esta tribuna e, falando de suas
idéias, conseguem fazer com que os diversos segmentos da população - os que
estão ligados ao Canal 16, ou aqueles que vêm até aqui a esta Casa -, possam
ter uma noção do pensamento da Câmara Municipal de Porto Alegre acerca dos
diversos assuntos que devem ser manifestados aqui pelas Lideranças. Mas, a Verª
Maristela, Líder da Bancada do PT, que é uma ótima comunicadora, acredito que
não tenha acompanhado o que pensa o líder maior do seu Partido, o atual
Presidente da República, o Sr. Lula da Silva, com relação às parcerias
empresariais e aos incentivos a empresários nos diversos pontos do País,
principalmente ao que nos interessa aqui no Rio Grande do Sul. Se a Verª
Maristela tivesse acompanhado o pronunciamento que o Presidente Lula fez na
reunião em que estavam sendo homenageados os pequenos e microempresários, ela
talvez tivesse modificado o discurso que trouxe aqui a esta tribuna. Verª
Maristela Maffei, naquela oportunidade, e faz isso uma semana. o Presidente,
que é ligado ao Partido de V. Exª, manifestou uma ligação extremamente
consolidada com o empresário Gerdau, que estava presente naquela solenidade e
que foi chamado a se manifestar como empresário exemplar de todo território
nacional. E uma das frases utilizadas pelo Presidente da República, na época,
foi a seguinte: “Os pequenos e microempresários que estão aqui presentes
devem-se mirar em exemplos como o do empresário Gerdau, para que, mais tarde,
deixem de ser micros ou pequenos e sejam realmente grandes empresários no nosso
País”. Ora, quem faz uma frase como esta, quem leva o Sr. Gerdau a tiracolo
para servir de exemplo para pequenos e microempresários não pode ser um inimigo
do Governo. É claro que o incentivo que está sendo dado para a Gerdau aqui no
Rio Grande do Sul, por intermédio do Fundopem, acredito que está sendo muito
bem endereçado, porque, afinal de contas, é uma empresa que orgulha a todos
nós, é uma empresa que consegue sair do Rio Grande do Sul, e fora das
fronteiras do nosso País, conseguir vitórias na grande guerra entre os empresários
na fabricação do aço e na busca de mercado com relação ao aço. Então, eu acho
que essa mania que tem a Bancada do PT aqui nesta Casa de falar completamente
diferente do que pensa o Sr. Lula da Silva, de falar completamente diferente
das ações do PT em todo o território nacional, confunde em demasia o público. E
como eu disse inicialmente, os oradores que por aqui passam têm a obrigação de
bem orientar e formar o público que vê o Canal 16, ou o público que vem até
aqui. Então eu quero fazer essa correção de rumo: o que a Verª Maristela
declarou aqui nesta tribuna, está fazendo com um contraponto, está, na verdade,
numa linha completamente oposta ao que pensa o seu Presidente da República, o
Sr. Lula da Silva, que tem o empresário Gerdau como um expoente, como alguém
que serve de exemplo ou deve servir de exemplo para todos os outros
empresários. Sendo assim, eu acredito que o discurso, hoje, da Liderança do PT
não tem nada a ver com que pensa o seu Partido. Eu sou favorável a que os
incentivos continuem sendo dados àquelas empresas que merecem, no sentido de
fazer com que os bons empresários, os grandes empresários continuem produzindo
para que o nosso Estado possa ser cada vez um Estado mais forte e mais
promissor.
(Não
revisado pelo orador.)
A SRA. MARISTELA MAFFEI (Requerimento): Sr. Presidente, eu solicitaria aos meus
Pares que, quando se dirigissem à Verª Maristela – hoje nós temos duas na Casa
– usassem o nome parlamentar “Maristela Maffei” ou “Maristela Meneghetti”, para
não haver confusões. Senão, daqui a pouco, nós vamos ter de tomar outras
medidas que a gente não gostaria. Então, para não prejudicar ninguém, só por
uma questão de bom senso, de coleguismo, solicito que V. Exª referende aos
nobres Pares. Obrigada.
O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): Pois não, Verª Maristela Maffei, estamos
de acordo. O Ver. Paulo Odone está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. PAULO ODONE: Sr. Presidente, Sras
Vereadoras e Srs. Vereadores, eu, que sempre estou aqui a pedir que o foco do
assunto desta Casa seja absolutamente temático da Cidade, da cidadania, e peço
sempre que a gente dê esse tipo de prioridade aos temas globais, senti-me hoje
na obrigação de dividir com a minha Líder de Bancada, Verª Clênia, de fazer,
pelo menos, o registro do PPS em torno da passagem do Papa João Paulo II,
porque é um fato mundial que permeia a vida de cada um de nós. E nós vimos,
lemos e escutamos muito o debate sobre qual foi sentido desse Pontificado, que
veio, por 26 anos, mudar um pouco o rumo que a Igreja tinha ao final do século
passado. E ouvindo todos os enfoques, há uma unanimidade: foi um Papa da
globalização do tema da espiritualidade e da Igreja. Foi o Papa que visitou
Israel, e está sendo chorado e recebeu orações pela comunidade islâmica e
muçulmana. É o Papa que foi um dos responsáveis pela queda do Muro de Berlim e
do autoritarismo, do comunismo real, do socialismo real; é o Papa que foi à
Polônia para resgatá-la do comunismo, mas foi à Polônia pedir pela sua
incorporação ao Mercado Comum Europeu; é o Papa que surpreendeu a todos com seu
viajar pelos continentes que abrigam, principalmente, os países do Terceiro
Mundo: foi à África, foi à Ásia, veio à América Latina por mais de uma vez;
dirigiu-se aos pobres, mas, também, recebeu críticas por visitar figuras como
Pinochet; mas foi, sem dúvida, o Papa que colocou a Igreja acima de algumas
fronteiras; é o Papa que pediu e lutou pela sua concepção espiritual de paz.
Por isso, tendo ele passado pela nossa Cidade, pela nossa Porto Alegre, que o
recebeu ao lado do Largo dos Campeões, a Rótula do Papa, mereceu o carinho da
nossa gente com aquele famoso coro da Praça da Matriz, depois repetido na
Rótula: “O Papa é gaúcho!”. E ele a responder com aquele jeito: “O Papa é
gaúcho!” Foi quem bateu no coração do cidadão simples do Rio Grande.
Falei
no Papa e registrei a nossa solidariedade à comunidade mundial espiritual, que
acompanha a passagem dele e vai acompanhar a sua substituição; falei na Rótula
do Papa e no Largo dos Campeões.
Permita-me,
Ver. Ibsen Pinheiro, V. Exª, que, nesta Casa, representa o Sport Club
Internacional, que eu use esse minuto final para fazer também a minha
homenagem, porque não estive presente quando a Verª Maristela Meneghetti o fez
pela passagem do aniversário dos 96 anos do Sport Club Internacional. O Ibsen
foi muito feliz, porque todos sabem, foi o autor anônimo de uma das mais belas
mensagens que eu vi no mundo do esporte, a mensagem que o Sport Club
Internacional fez ao nosso Grêmio do coração, Ver. Dib, quando comemoramos o
centenário. Eu queria ter o talento do Ver. Ibsen para poder retribuir aquela
nota tão linda. Mas estou cuidando, porque ainda nos faltam quatro anos para
que eu possa construir com esforço o que ele fez em cinco minutos de talento, e
poder também saudar o Inter no seu centenário, tenho certeza – se eu pudesse
chegar perto – com o mesmo talento, com a mesma alegria e a mesma força daquela
nota que tocou todos. Mas, mesmo assim, já pelos 96 anos, tenho certeza de que
nós, gremistas todos, sabemos e entendemos que somos, realmente, água da mesma
origem, somos irmãos siameses, inseparáveis na dor, na glória, na vitória e no
sofrimento. E, nesta dialética maravilhosa que o esporte nos faz passar pelas
barreiras ideológicas, partidárias, quero deixar registrado, não poderia deixar
de fazê-lo, quando tenho a honra de presidir o nosso Grêmio, que a comunidade
gremista abraça o co-irmão. Parabéns! Longa vida, Sport Club Internacional!
Obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): O Ver. Ibsen Pinheiro está com a palavra
para uma Comunicação de Líder.
O SR. IBSEN PINHEIRO: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras
Vereadoras, a Bancada do PMDB já tinha até decidido aliviar o plenário de mais
uma Comunicação para que ingressássemos na Ordem do Dia. Mas a elegância, o
cavalheirismo do Ver. Paulo Odone, falando pelo seu mandato e pelo mandato
excepcional que tem também no Grêmio Porto-Alegrense, embora não o invocasse,
não precisava fazê-lo, aqui saudou os 96 anos que hoje completa o
Internacional.
Então,
o primeiro dever que cumpro, por delegação da Bancada do PMDB, onde sufocamos
qualquer divergência em nome da convivência cavalheiresca, é de fazer este
registro, e secundando, aqui, a Verª Maristela Meneghetti, também integrante da
“Bancada rubra” desta Casa, Sr. Presidente. Certamente, foi um momento bonito a
saudação do Presidente Paulo Odone, que é o Presidente do Grêmio, e eu me
permito reiterar a manifestação que ele aqui fez. O esporte, o futebol da nossa
Cidade e do nosso Estado caminha com as duas pernas da dupla Gre-Nal. Não
significa que a dupla Gre-Nal seja todo o esporte do Rio Grande, nem ela tem
essa pretensão. Mas, sem dúvida, o futebol é o carro-chefe no esporte, e a
dupla Gre-Nal, no Rio Grande do Sul, tem este papel condutor.
Eu
não poderia silenciar e deixar de trazer, em meu nome pessoal, o agradecimento
às referências agradáveis que a mim fez o Ver. Paulo Odone.
Em
nome da minha Bancada, faço o registro de uma saudação adicional ao aniversário
do Sport Club Internacional.
Por
suas características, Sr. Presidente, o nosso clube é o clube do povo, e essa
característica nos permite, em um dia como este, lembrar a trajetória daquela
instituição que nasceu humilde, em uma rua à frente da várzea; depois Campo da
Redenção; hoje, Parque Farroupilha.
Fundada
aquela instituição por um grupo de jovens da classe média, talvez até da baixa
classe média, do pequeno comércio, para constituir, seis anos depois do
surgimento do Grêmio Porto Alegrense, um clube que tinha um outro perfil e que,
com o seu irmão mais velho, completava o quadro de todo sentimento da Cidade.
O
Internacional que recebe hoje os festejos no seu jantar de aniversário, à
noite, certamente recebe, dos representantes do povo, independentemente de
legenda partidária ou de cor clubística, um unânime “Parabéns a Você!”.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): Havendo quórum, passamos à
A Presidência deferiu a
retirada de tramitação do PLL nº 046/03, de autoria deste Vereador, tendo em
vista ter sido constatada a existência, desde 1999, da Lei nº 8.276, que
institui o Programa de Atendimento a Idosos em Situações de Risco Social e que
cria os Centros de Convivências para Idosos em Porto Alegre. Está, portanto,
retirado esse Projeto e solicitado o seu arquivamento.
O próximo Projeto a ser
votado é, também, de minha autoria, motivo pelo qual solicito ao Ver. Aldacir
Oliboni, 2º Vice-Presidente, que assuma a presidência dos trabalhos da presente
Sessão.
(O
Ver. Aldacir Oliboni assume a presidência dos trabalhos.)
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC.
N.º 0430/05 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 019/05, de autoria do
Ver. João Carlos Nedel, que concede o título honorífico de Cidadão de Porto
Alegre ao Senhor Nilton Juarez Albuquerque.
Observação:
-
para aprovação, voto favorável de dois terços dos membros da CMPA - art. 82, §
2º, V, da LOM;
-
votação nominal nos termos do art. 174,
II, do Regimento da CMPA;
O SR. PRESIDENTE (Aldacir Oliboni): Em discussão o PLL nº 019/05. (Pausa.)
Não há quem queira discutir. Em votação nominal. (Pausa.) (Após a apuração
nominal.) APROVADO por 31 votos SIM.
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC.
N.º 1681/05 - PROJETO DE DECRETO LEGISLATIVO N.º 001/05, de autoria da
Comissão de Economia, Finanças, Orçamento e do MERCOSUL,
que aprova as Contas da
Prefeitura Municipal de Porto Alegre
referentes ao exercício de 1999.
Parecer:
- da CEFOR. Relator Ver. Luiz Braz: pela aprovação do Projeto.
Observações:
-
parecer do Tribunal de Contas favorável à aprovação;
-
para aprovação: maioria simples; para rejeição: são necessários dois terços de
votos dos membros da CMPA, nos termos do art. 124;
-
sexagésimo dia: 15-04-05 - Sexta-feira (art. 122 do Regimento);
-
incluído na Ordem do Dia em 04-04-05.
O SR. PRESIDENTE (Aldacir Oliboni): Em discussão o PDL nº 001/05. (Pausa.) O
Ver. Luiz Braz está com a palavra para discutir.
O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente, como sou Relator da
matéria na Comissão de Economia, Finanças, Orçamento e do Mercosul, tenho, pelo
Regimento, um tempo maior, para que eu leia o Parecer, porque acredito que
servirá para esclarecer o Plenário a respeito do voto que foi dado na Comissão
de Finanças e, quem sabe, esse voto possa ser repetido neste Plenário.
O SR. PRESIDENTE (Aldacir Oliboni): O Ver. Ervino Besson inscreve-se e cede
seu tempo ao Ver. Luiz Braz.
O SR. LUIZ BRAZ: (Lê.): “Na forma legal, as contas foram encaminhadas ao Tribunal de Contas
do Estado do Rio Grande do Sul, considerando o contido no Processo nº 363-02.00/00-3,
anexo, onde, conforme consta nas fls. 8.448 e 8.449, foram aprovadas, muito
embora uma série de falhas apontadas que, no julgamento dos dignos membros do
Tribunal, não eivaram de ilegalidade a conduta do Prefeito Municipal.
O Tribunal de Contas - Parecer fls. 8.439 a 8.444 - em voto
prolatado pela Conselheira Terezinha Irigaray, à unanimidade dos membros da
Segunda Câmara, decidiu (fl. 8.449) que: ‘Emitir, à unanimidade, Parecer
Favorável à aprovação das Contas do Prefeito Municipal de Porto Alegre,
correspondentes ao exercício de 1999, gestão do Senhor Raul Jorge Anglada Pont, em conformidade com o estabelecido
no artigo 5º da Resolução TC nº 414/92, advertindo a Origem para que promova o
saneamento daquelas falhas passíveis de regularização, as quais deverão ser,
necessariamente, objeto de futura auditoria;’
Ainda, decidiu (fls. 8.445 e 8.446):
a) devolução da quantia de R$ 14.046,86 (quatorze mil,
quarenta e seis reais e oitenta e seis centavos), em razão de pagamento
efetivado a contratado em valor superior ao serviço por ele prestado;
b) impor multa na ordem de R$ 700,00
(setecentos reais) em razão de irregularidade administrativas;
No tocante ao item “a”, retro, o Sr. Raul
Jorge Anglada Pont interpôs Recurso de Embargo, com decisão de provimento, fls.
8.467 e 8.468, afastando o recolhimento da importância referida, mantendo
a multa, item “b”, que foi paga, conforme fl. 30 do expediente nº
12.149-02.00/03-5.
Essas foram, pelas conclusões do Tribunal
de Contas, na forma da legislação vigente, as sanções impostas ao Sr. Raul
Jorge Anglada Pont, pelo exercício do mandato de Prefeito Municipal de Porto
Alegre no ano de 1999.
Numa análise mais acurada de todo o
procedimento (que consta de 24 volumes), extrai-se alguns fatos que, no modesto
entendimento deste Relator, merecem destaque e referência neste momento,
principalmente em razão da também função fiscalizadora deste Poder e, sem
dúvida, pelo fato de que, em última análise, quem julga as contas anuais do
Prefeito é a Câmara Municipal de Porto Alegre (art. 31, §§ 1º e 2º da CF/88).
Também é lógico que a lei assim determina
(Parecer do Tribunal de Contas e julgamento das contas, fundado nesse Parecer)
no sentido de facilitar a apreciação e julgamento em Plenário, com o particular
de que deixa de prevalecer tal Parecer Prévio (do Tribunal de Contas) somente
por decisão de dois terços dos membros da Câmara Municipal de Porto Alegre.
Esta preliminar dissertatória, que por
certo é do conhecimento dos membros da Casa, necessária se faz para ressaltar a
importância do procedimento realizado, tanto mais que transcorreu dentro dos
princípios constitucionais do contraditório e da ampla defesa. Em outras
palavras, muito embora tenha cunho opinativo, além de ser norte de um
convencimento em Plenário, o Parecer Prévio é indicativo de um resultado da
análise prévia das contas (inteligência dos arts. 11 do Ato das Disposições
Constitucionais Transitórias, 25, 31, 49, inciso IX, 71 e 75 da CF/88).
A considerar ainda que, se o entendimento
deste Relator for diferente daquele exposto no Parecer Prévio do Tribunal de
Contas (pela rejeição), deverá, nos termos da Lei Federal nº 9.784/99, ser
exposto tópico por tópico, os motivos dessa rejeição, em virtude do princípio
da motivação que supracitada Lei encerra.
Porém, cumpre-nos analisar determinados
fatos constantes do procedimento efetivado - e aqui a ousadia deste Relator - em razão de que está sob análise, não
o Parecer Prévio do Tribunal de Contas, mas sim as contas do Sr. Raul Jorge
Anglada Pont, como Prefeito Municipal de Porto Alegre no ano de 1999.
Feita a introdução, passamos à análise do
mérito conclusivo do Parecer Prévio do Tribunal de Contas:
a) no tocante ao não-cumprimento pelo
Senhor Prefeito do percentual de 30% (trinta por cento) da receita resultante
de impostos na manutenção e desenvolvimento do ensino, disposto no art. 183 da
Lei Orgânica do Município de Porto Alegre.
A nobre Relatora do Parecer Prévio
concluiu a esse respeito na fl. 8.443: “Em relação à matéria expressa no item
1.1 (subitens 1.1.1, 1.1.2 e 1.1.3) do Expediente nº 7703-0200/00-6, aplicação
na Manutenção e Desenvolvimento do Ensino de índice inferior ao legalmente
exigido sobre as receitas auferidas com impostos, conclui-se pela regularidade
da situação, na medida em que a diferença apurada, no contexto, não se
apresentou relevante ...”
Veja-se o seguinte cálculo:
1) Composição da Receita (fl. 8.413):
para Equipe de Auditoria, R$ 560.253.081,97
2) Composição da Despesa a ser
considerada (fl. 8.413): para a Equipe de Auditoria, R$ 137.232.351,43
3) Quanto ao percentual (fl. 8.414): para
a Equipe de Auditoria, 24,49%
Diferença: 5,51% de R$ 560.253.081,97 = R$
30.869.944,00
Logo, não se trata de pouco relevante a
diferença imposta por lei e a efetivamente aplicada pelo Prefeito na manutenção
e desenvolvimento do ensino, disposta no art. 183 da Lei Orgânica do Município
de Porto Alegre. A importância de R$ 30.869.944,00 é relevante e, no entender
deste Relator, há efetivo descumprimento do dispositivo legal
b) Conclusão final da digna Relatora constante
na fl. 8.443: “Quanto às demais falhas apontadas ao longo desse Relatório de
Auditoria, irregularidades que demonstram desatenção a normas constitucionais e
de administração financeira e orçamentária ...”
Outra vez se faz aqui presente a questão
da relevância do comportamento do alcaide municipal. O julgamento, com certeza,
é subjetivo, tanto assim que, no entender da Relatora, as “... irregularidades
demonstram desatenção a normas constitucionais e de administração financeira e
orçamentária...”
A pergunta que se faz é a seguinte: Qual
é a linha limítrofe da desatenção e da improbidade?
Depende de cada julgador. Para a
Relatora, as falhas apontadas constituem-se em “desatenção”. Para este Relator,
pode até ser desatenção, mas note-se que estamos falando de uma máquina
administrativa com 10 (dez) anos de atividade (1989-1999), ou seja, desatenção
deveria ser uma palavra não-usual para definir as atitudes do Sr. Raul Pont.
Nesse ponto, concordamos com o Parecer do
digno Procurador de Justiça, fl. 8.424, onde este cita: “Destacamos, porém, a
verificação de falhas que sujeitam o administrador a sanções administrativas, sendo que algumas
delas implicam em emissão de parecer desfavorável, segundo as diretrizes da Resolução 414 desta Corte (art.
3º), caso não sejam entendidas como isoladas, sem comprometerem a gestão do
mesmo (art. 5º). O processo, em síntese, apresenta plenos elementos para que a
egrégia Câmara aplique as sanções cabíveis e emita, com segurança, prévio
parecer sobre as contas.”
A chamada Lei de Improbidade
Administrativa, Lei nº 8.429, de 2 de junho de 1992, é vasta em discriminar
quais os atos do agente público, no caso o Senhor Prefeito Municipal, são
entendidos como “improbidade administrativa”.
Da “Análise de Esclarecimentos”, fls. 8.405
a 8.421, efetivada pelo Serviço de Prestações de Contas Municipais, do Tribunal
de Contas do Estado do Rio Grande do Sul, constatam-se irregularidades, cuja
análise, dentro do subjetivismo já referido, pode ou não ser enquadrada como
ato de improbidade (Lei nº 8.429). Porém, em face da aparente legalidade que
revestiu tais atos (com todas as explicações ali transcritas apresentadas pelo
Senhor Prefeito), forçosamente somos obrigados a concordar com a digna
Relatora.
Finalmente, a considerar que o Supremo
Tribunal Federal já firmou jurisprudência no sentido de que a principal falha
apontada, no entender deste Relator, qual seja, a não-aplicação do percentual
exigido no art. 183 da Lei Orgânica do Município de Porto Alegre pelo Prefeito
na manutenção e desenvolvimento do ensino, e tem entendimento de que a
“rejeição das contas públicas não tem o condão de caracterizar uma situação de
improbidade administrativa”. Veja-se:
“A
rejeição legislativa de contas públicas, com fundamento na ausência de
aplicação do percentual compulsório mínimo determinado pelo texto
constitucional em favor do ensino fundamental, não conduz por si só, ao
reconhecimento de uma situação concretizadora de improbidade administrativa. LC.
64/90, art. 1.º, inc. I,
letra "g". (RG
STF, 160.472-8, Rel. Min.
Celso de Mello, Rollo e Braga, Inelegibilidade à Luz da Jurisprudência, Fiusa,
pg. 84).”
Portanto, com as restrições apontadas,
para conhecimento dos demais membros da Casa, e tendo em vista o Parecer
Favorável nº 10.709, fls. 8.448 e 8.449, do Processo em apenso, de 8 de
setembro de 2003, do Tribunal de Contas do Estado do Rio Grande do Sul, e
considerando o contido nos arts. 61 e 62 da Lei Orgânica do Município de Porto
Alegre, posiciona-se este Relator pela aprovação das Contas do exercício de
1999 do Município de Porto Alegre, com o Projeto de Decreto Legislativo - PDL -
em anexo. Sala da Comissão, 15 de março de 2005.”
Eu
assinei este Parecer, que foi aprovado pela Comissão de Finanças desta Casa. Se
entendimento diferente tivéssemos, deveríamos descrever este entendimento
contrário, ponto a ponto, e esta Casa somente teria a sua decisão respeitada se
ela decidisse por dois terços ou mais de seus membros.
Assim
sendo, acredito que pelo que foi apresentado para esta Casa, pelo Tribunal de
Contas, em todos os volumes que foram enviados para a Comissão de Finanças, e
por aquilo que nós conseguimos depreender da análise feita pelo Tribunal de
Contas sobre esses volumes, acredito que devemos aprovar essas Contas, muito
embora com as restrições que foram aqui já enunciadas, e aquelas que foram
também citadas pela digna Conselheira do Tribunal de Contas, a ex-Vereadora
desta Casa, Teresinha Irigaray.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Aldacir Oliboni): O Ver. João Antonio Dib está com a
palavra para discutir o PDL n.º 001/05.
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, Sras
Vereadoras e Srs. Vereadores, minhas senhoras e meus senhores, em primeiro
lugar, desejo cumprimentar o Tribunal de Contas do Estado do Rio Grande do Sul,
seus sete Conselheiros e um número não muito grande de servidores que analisam
as Contas de 496 Prefeituras, 496 Câmaras Municipais, de todo o Governo do
Estado, Assembléia Legislativa, de Fundações e outras coisas mais. Então, na
realidade, merecem o nosso cumprimento pelo trabalho desenvolvido. Tanto que já
remeteram para nós as Contas do Prefeito que saiu e as dificuldades para que
elas sejam aprovadas. É claro que nós vamos aprovar as Contas do Prefeito Raul
Jorge Anglada Pont. Mas, também, é claro que, se decidisse derrotar o Parecer
do Tribunal de Contas, a oposição ao Sr. Raul Jorge Anglada Pont teria razões
sobradas. Mas nós não vamos fazer isso porque ao final o Tribunal aplica uma
multa no Dr. Raul Jorge e fica tudo por isso mesmo.
Há
cinco anos, coube-me relatar as Contas do Prefeito Tarso Fernando Genro. Eu
apresentei aos meus Pares dois Pareceres. Em um, eu aprovava as Contas e, no
outro, eu rejeitava as Contas. Não é nenhuma matemática, apenas o certo e o
errado. Mas os meus Pares, que somavam vinte, disseram-me que eu deveria
rejeitar as Contas, e eu fiz isso. Eu tinha base para rejeitar as Contas.
Rejeitei as Contas, e à tarde, nós fomos fazer a votação. Alguns daqueles que
me pediram parar rejeitar as Contas, inclusive usaram a tribuna para defender
as Contas do Prefeito Tarso Genro. Eu, desde então, me vacinei, não faço mais
essa tolice. É claro que eu posso rejeitar as Contas do Prefeito Raul Jorge
Anglada Pont. Ele não aplicou 5,5% que ele tinha que aplicar na Educação! Está
escrito na Lei Orgânica com todas as letras. Era o suficiente para que eu
propusesse a rejeição, mas não vou fazer isso. É claro que todos os anos, em 16
anos, eles fizeram isso. Nenhuma vez aplicaram o que tinham de aplicar na
Educação.
Mas
é claro que muitas vezes fizeram, como fizeram aqui também, créditos
suplementares, conta de excesso de arrecadação que não se realizaram. Poderia
também propor a rejeição das Contas. É claro que o Prefeito Raul Jorge Anglada
Pont foi condenado a oito meses e quinze dias de cadeia por causa das cartas-contrato
e é claro que as cartas-contrato estão ali na análise do Tribunal de Contas
dizendo que não podiam ser... Então, teria sobradas razões para rejeitar as
Contas do Prefeito Raul Jorge Anglada Pont. Mas o Tribunal de Contas diz que
não, que se deve aceitar assim mesmo. E nós vamos fazer isso. É claro que, se
ele não aplicou o que deveria ter aplicado na Educação, ele não colocou no
bolso o dinheiro; ele gastou em outro lugar. Gastou mal o dinheiro da
Prefeitura. Não gastou em que deveria gastar. A Educação, que é o principal
caminho para a redenção neste País, não gastou ali; gastou em publicidade,
porque a diferença é de 30 milhões e 869 mil reais. Mas ele não levou o
dinheiro para casa, ele até teve de deixar um pouco de dinheiro lá no Tribunal de
Contas, porque ele foi multado, como o Dr. Tarso Fernando foi multado. E todos
eles pagam as suas multas, e fica tudo certo. Saúde e PAZ!
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): O Ver. Adeli Sell está com a palavra para
discutir o PDL nº 001/05.
O SR. ADELI SELL: Sr. Presidente, Ver. João Carlos Nedel,
Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, cidadãs e cidadãos de Porto
Alegre, discutir o Orçamento da Prefeitura sempre foi para mim um bom debate,
como gosta de dizer o Ver. Sebastião Melo. É uma pena que, quando nós
discutimos o Orçamento para entrar em vigor, nós não façamos um debate de fundo
sobre os números efetivos apresentados e, depois, peguemos esse mesmo debate,
esse mesmo Orçamento e fazemos uma comparação com o que foi efetivamente gasto,
o que foi feito de prestação de Contas para o Tribunal de Contas do Estado e
assim por diante. Este é o nosso problema.
Eu
fiquei muito atento ao relatório do Ver. Luiz Braz e ao pronunciamento do Ver.
João Antonio Dib. Aqui tem sempre um debate. Lembro-me de que o Ver. João
Carlos Nedel já levantou essa questão diversas vezes, e o Ver. João Antonio
Dib, então, nem se fala, sobre os gastos com Educação. Eu vou ser curto e
objetivo nessa questão. Se formos pelos pressupostos da Constituição, nós, como
fizemos, pela sua metodologia, tiramos o pagamento dos aposentados, e aí nós
temos aquilo que é apresentado para o Tribunal de Contas, e que sempre aprovou
com esses critérios. Se formos para um outro critério, colocando os
aposentados, gastamos mais de trinta. Então, não temos de ficar com esse debate
aqui sobre essa polêmica, essa é uma falsa polêmica. Nós teremos de discutir,
sim, quando houver problemas efetivos, porque pode ter desatenção -
evidentemente que há desatenção; posso usar outra palavra: equívoco. Agora, nós
temos de discutir se há ou não há malversação de fundos, que é outra discussão.
Esse que é o debate. Aqui na Câmara Municipal, aqui na minha frente, vejo
vários ex-Presidentes; todos apresentaram suas Contas ao Tribunal de Contas. Eu
pergunto: o Tribunal de Contas não fez um conjunto de reservas? Não fez um
conjunto de críticas? Não houve, inclusive, nas Contas do Ver. Dib - que foi
cuidadoso, que gastou menos, que cuidou - um apontamento no Ministério Público?
Até isso, até denúncia para delegacia de polícia. O Vereador fez malversação de
fundos? É óbvio que não! Nós sabemos, porque, inclusive, foi uma gestão muito
cautelosa nos seus gastos. Então, temos de discutir.
Dias
atrás apontava ao Ver. Elói Guimarães que, se não resolvermos o problema dessa
falsa Cooperativa que presta serviços para nós aqui nesta Casa, quem vai se
enrascar será o Presidente da Casa. Conversei com o Diretor de Atividades
Complementares, e chegamos a algumas conclusões comuns: temos de tomar
iniciativas e medidas drásticas, caso contrário nós seremos penalizados e,
depois, vamos responder a processo, não porque tenhamos feito malversação, mas
porque fomos desatentos a uma questão. Então, esse é o verdadeiro debate, essa
é a verdadeira questão.
Gostaria,
Verª Manuela, neste ano, quando formos discutir e aprovar o Orçamento para a
gestão seguinte, de fazer o debate que eu sempre propus que se fizesse quando
eu era Governo, quando eu era situação e levantava esse debate. Cobrarei a
mesma postura dos meus colegas de plenário quando eram da oposição, porque acho
que essa é a verdadeira questão que temos de discutir.
Portanto
o Tribunal de Contas fez alguns apontamentos, fez algumas ressalvas; no
entanto, as Contas do Prefeito Raul Pont foram Contas que o Tribunal aprovou, e
a Resolução apresentada pelo Relator Luiz Braz, apesar das suas posições,
aponta pela aprovação. É isso que queremos, porque foi feita uma gestão com
responsabilidade, independentemente das posições políticas, das posições
ideológicas, de acharmos que poderia ser gasto mais aqui ou mais ali. O mais
importante é que nós possamos mostrar para a Cidade que houve idoneidade, e
esse é o verdadeiro debate que temos de fazer quando tratarmos de prestação de
Contas. Temos que, sim, cravar uma espada para separar o joio do trigo neste
País quando se trata malversação de fundos contra a idoneidade que temos nessa
gestão. Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): O Ver. Sebastião Melo está com a palavra
para discutir o PDL nº 001/05.
O SR. SEBASTIÃO MELO: Sr. Presidente, Ver. João Carlos Nedel,
meus colegas Vereadores, minhas colegas Vereadoras, esta matéria é relevante,
porque se trata de a Câmara emitir um juízo de valor sobre as Contas do ano de
1999 do então Prefeito da Cidade, o Sr. Raul Pont. Inicialmente, eu quero
dizer, Ver. Dib, que o Prefeito Pont já tinha cometido essas falhas
administrativas em outros anos. Eu me lembro que, quando nós aqui discutíamos,
e as Contas de 1997 acabaram não sendo rejeitadas, o Prefeito nem sequer havia
recolhido a multa que tinha sido aplicada na sua gestão.
E
agora vêm para a nossa aprovação as Contas de 1999.
É
importante dizer, Ver. Adeli, que o que justifica a caminhada não são os
discursos. O Partido de V. Exª vem a esta tribuna, como vai à tribuna do
Congresso Nacional, das Assembléias, dizer que a Educação é prioridade do PT. E
aí a gente vai ver na prática, quando eles administram a Cidade, que o que eles
são favoráveis mesmo é a aplicar dinheiro na propaganda do programa Cidade Viva, e para inaugurar os
asfaltos – às vezes, é bem verdade, de terceira qualidade.
Então,
meu prezado Relator dessa matéria, querido Ver. Luiz Braz, que fez aqui um
esforço fantástico, extraordinário, fazendo com prospecção esse trabalho, V.
Exª mesmo apontou aqui o caminho: são 30 milhões de reais que deixaram de ser
aplicados em uma Cidade que tem muitas crianças que não estão na escola. Para
não falar das escolas especiais, que é um outro drama, Ver. Sebenelo, que esta
Cidade tem.
Nós
sabemos, quando votamos o Orçamento desta Casa, a romaria de pessoas que vêm a
esta Casa pedindo pelo amor de Deus que se incluam no Orçamento, que se cumpra
a lei, que é 12% com as escolas especiais. Não só não cumpriu com o valor
geral, como não cumpriu com as escolas especiais.
Então,
meus colegas Vereadores, o que diz a regra da Lei Orgânica, Ver. Luiz Braz?
Para rejeitar as Contas. Portanto, nós, na época oposição, hoje situação, se
quisermos rejeitar as Contas, temos que ter dois terços. Eu acho que as Contas
não vão ser rejeitadas.
Agora,
eu acho que nós não deveremos dar o nosso voto favorável. Eu vou defender a
abstenção, para que a gente se abstenha dessa votação, e aprovem com os votos
do PT. V. Exas que aprovem. Porque, na verdade, eu não posso colocar
aqui o voto, Ver. Braz, em quem negou dinheiro para a Educação, e em quem vem a
esta tribuna todo dia, e eu olho para a Verª Sofia Cavedon, que é a mais
especialista em dizer isso, que o Partido de V. Exª tem como eixo principal a
Educação. No discurso, Vereadora, no grande discurso; porque, na prática, isso
não ocorre.
Diz
muito bem o Ver. João Antonio Dib: as cartas-contratos, as famigeradas
cartas-contratos, que vêm se repetindo em toda a gestão do Sr. Raul Pont, são
um contrato disfarçado para contratar a companheirada. Isso não está correto. O
Tribunal já emitiu juízo de valor sobre isso, isso é burlar a Constituição,
porque, após 1988, só se recruta para o serviço público através de concurso,
Verª Maristela. A carta-contrato é a negação da Constituição Federal.
Então,
essas irregularidades, na nossa avaliação, não podem ser chanceladas. Eu estou
conversando com a minha Bancada, nós estamos conversando, e, se depender da
minha opinião, nós vamos nos abster dessa votação, porque nós achamos que, especialmente
por se tratar de verba de Educação, é muito difícil, Ver. Sebenelo, nós
aprovarmos as Contas com os nossos votos, quando sempre se teve um discurso
aqui nesta Casa, por parte da Bancada Governista, de que Educação era
prioridade. Não! Quero dizer com toda a tranqüilidade, com a responsabilidade
que tenho da maioridade do debate, nós sempre tivemos um debate muito forte
aqui nesta Casa, mas eu quero dizer o seguinte: o que justifica a caminhada não
são os discursos, são as práticas. E, portanto as Contas aqui apresentadas,
pelo parecer do Sr. Relator, pelo parecer do Tribunal de Contas, apontam essa
irregularidade. A Lei Orgânica, no seu art. 183, diz que tem de aplicar, Ver.
Nedel - e V.Exª sempre foi o que mais levantou essa matéria, V.Exª sempre foi,
aqui nesta Casa, na CEFOR, o que mais trouxe à tona essa matéria -, porque
então é reincidente, porque, nas Contas de 1999, repete aquilo que é de 1998,
aquilo que é de 1997 e aquilo que é de 1996.
Essa é a nossa opinião
sobre esta matéria, mas para escrever em letras garrafais, para gizar, porque,
amanhã ou depois, nós estaremos aprovando Contas de outros Prefeitos; e para
que fique consignado, aqui no Legislativo, que o discurso da querida Bancada do
PT não casa com a prática na hora de governar. Muito obrigado, Sr. Presidente.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): O Ver. Claudio Sebenelo está com a
palavra para discutir o PDL nº 001/05.
O SR. CLAUDIO SEBENELO: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, a vida
pública nos submete a uma rotina de exames das Contas passadas e atuais de uma
Prefeitura. E o seu dirigente maior é o responsável, durante aquele ano,
perante os órgãos fiscalizadores, especialmente perante o Tribunal de Contas,
cujo resumo vem para nós para aprovação ou não.
Casualmente vem para a
Câmara Municipal, cerne da representação pública - nesta Cidade e em todas as
cidades onde existe a democracia e a representação política. Casualmente aquele
Prefeito que dava entrevista propondo o fechamento desta Câmara, propondo a substituição
da Câmara Municipal e da democracia representativa pela democracia direta, como
sempre fizeram os históricos populistas demagógicos das décadas de 30, 40, 50,
um populismo que consagrou ditadores do tipo Perón, Getúlio, do tipo Franco,
Salazar, do tipo Mussolini e Hitler, que eram populistas, aquele que era
Prefeito em 1999, e que hoje é do Parlamento, é Deputado Estadual, propunha, em
entrevista, ao jornal Le Monde Diplomatic, que esta Câmara fosse substituída,
com muita vantagem, pelos conselheiros do Orçamento Participativo. Foi uma das
entrevistas lamentáveis. E, hoje, esta Câmara, vem para julgamento, tem como
papel julgar as Contas - já julgadas pelo Tribunal de Contas do Estado -, do
Sr. Deputado Estadual, Dr. Raul Pont. É a ironia da política. E hoje nós
ficamos muito impressionados com a forma de Governo que nós tínhamos, que não
escondia a sua vocação para o autoritarismo e para a extinção dos Parlamentos,
este moço, hoje, está sendo examinado em suas Contas, nas Contas da sua Administração,
especialmente como um dos que tiveram grandes problemas, não só com as
cartas-contrato, como já foi dito, mas principalmente com algo que foi da
prática, durante 16 anos, do Partido dos Trabalhadores: “Nós construímos 4 mil
casas! Nós fizemos convênios com cento e tantas creches! Nós fizemos mais 40
postos de saúde!” Era sempre um número dado e atirado a um raciocínio. Mas, um
dia, nós descobrimos que tudo isso até era verdade, mas que, das 100 creches,
nós precisávamos de 400; das 4 mil casas, nós precisávamos de 10 mil. E a nossa
extraordinária Verª Sofia Cavedon passa, agora, a fazer uma oposição furiosa,
que não é do seu estilo, evidentemente, ao Governo do Estado, dizendo aquelas
coisas que nós já ouvimos há muito tempo, quando o Partido dos Trabalhadores
também era oposição ao Governo Federal. E, por isso, agora, terminando a minha
fala, eu quero dizer que a aprovação das Contas de Raul Pont depende desta
Câmara, sim - como diria o Ver. Reginaldo Pujol -, deste sodalício. Então nós
queremos que um dia a cidade de Porto Alegre conheça a verdadeira realidade das
creches, das escolas, dos postos de saúde, das emergências dos hospitais e,
especialmente, do caos herdado por esta Administração não só na parte
econômica, mas também nesses três grandes segmentos da área da Saúde, para
vermos, então, para onde foi o dinheiro da Administração. Só não foi para as
áreas sociais, calcanhar-de-aquiles do Partido dos Trabalhadores nesses 16
anos. Detestaram, abjuraram, abjetaram o social em nome de um prosaísmo que
muitas vezes baixou ao vulgar na sua tentativa de mostrar que governava, e a
população e as favelas aumentando cada vez mais, e a falta de creches, de
escolas, de postos de saúde, que são soluções, estas, sim, nunca apareceram.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): O Ver. João Carlos Nedel está com a
palavra para discutir o PDL n.º 001/05.
É
claro que por coerência, por achar equivocado, errado, eu terei de votar contra
a aprovação das Contas. E digo mais, o Prefeito Verle também não aplicou o que
seria devido em Educação. É uma pena que justamente o maior investimento para o
futuro deste País, a Educação, não esteja sendo cumprido na cidade de Porto
Alegre. Lamenta-se, e, portanto, a minha posição deve ser coerente. Muito
obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): O Ver. Adeli Sell está com a palavra para
discutir PDL nº 001/05, por cedência de tempo do Ver. Aldacir Oliboni.
O SR. ADELI SELL: Meu caro Ver. Luiz Braz, Sras
Vereadoras, Srs. Vereadores, cidadãos e cidadãs de Porto Alegre, Vereador João
Antonio Dib, eu acreditava que nós ficaríamos aqui no debate sobre as efetivas
Contas da Prefeitura, as efetivas Contas da gestão Raul Pont; que ficaríamos
aqui numa discussão sobre se houve ou não correção na aplicação do dinheiro
público; se há questionamento sobre a postura e sobre a idoneidade do nosso
Governante de então, Raul Pont. Essa é a discussão.
O Sr. João Antonio Dib: V. Exª permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Nobre Ver. Adeli Sell, o que eu afirmei é que o Dr. Raul Jorge
Anglada Pont administrou mal os recursos da Prefeitura, não deu para a Educação
os 30% que deveria dar, deu apenas 24,5%, e isso foi uma repetição ao longo de
16 anos. Foi mal-administrado, onde usaram não sei, não disse que levaram para
casa.
O SR. ADELI SELL: Eu já expliquei para V. Exas,
para a população, sobre os critérios utilizados, se colocarmos o dinheiro gasto
com os aposentados, nós passaremos de 30%, esse é o debate. Então, agora vou
recolocar o debate sob outro patamar, o patamar aqui da provocação que foi
feita. Vamos analisar, então, o seguinte: se nós deveríamos ter gastado mais 5%
do volume esplendoroso que gastamos na Educação, como ficaria a dívida do
Município? Agora se diz que há um déficit financeiro monstruoso, que há uma
dívida que seria impagável, que os números mudam a cada semana, dependendo do
ator que fala pela Administração. Vamos aqui chegar a uma conclusão: no mínimo,
há confusão.
Agora,
essa é a análise do Ver. Nedel, que é um Contador, mas nem por isso tem certeza
absoluta dos números, porque nós estamos discutindo critérios diferentes: um
critério que nos orienta em nível nacional; outro critério em nível local, e
nós ficamos nessa verdadeira ciranda. Então, o que nós temos de discutir
efetivamente é se os gastos foram corretos ou não, se nós gastamos
indevidamente ou não, se houve malversação de fundos ou não. Esse é o
verdadeiro debate.
Alguém
fez alguma falcatrua? Porque aqui ficou se discutindo não propriamente o
Orçamento, mas a ideologia. Imaginem se nós não tivéssemos feito as parcerias
de que tanto se fala agora, público-privadas. Ou alguém acha que as creches são
públicas por natureza? Não. No Orçamento, há creches comunitárias, mais ou
menos comunitárias, e continuam-se fazendo, evidentemente, os convênios. E a
Prefeitura gasta muito menos do que gastaria se a creche fosse sua. Nem há
condições para fazer tantas creches quantas nós necessitamos. Então, se a
questão é que deveríamos ter gastado mais e mais nisso ou naquilo, como
ficariam as finanças do Município?
Por
que esse debate não apareceu dessa forma quando nós discutimos o Orçamento?
Então, por que nós não discutimos o aumento da arrecadação? Por que o silêncio
sepulcral quando se discute sonegação nesta Casa? Ou alguém me acompanhou hoje
nos dados que eu coloquei aqui sobre a sonegação de ICMS no Rio Grande do Sul?
Nenhuma palavra. Então, vamos discutir.
Se
não houvesse a venda de pães - o Ver. Besson sabe muito bem dessa história -,
dos pães que se vendem ilegalmente na cidade de Porto Alegre? Como é que um
botequim de meia pataca, dentro de 20 anos, consegue virar a maior empresa de
venda de pães do Estado do Rio Grande do Sul? É um milagre? Vamos discutir
sonegação aqui; vamos discutir. Nós podemos discutir se falta ou não dinheiro,
porque a discussão não é sobre o Orçamento, é sobre se a gente iria gastar mais
ou gastar menos. Esse é o verdadeiro debate, mas ninguém quer fazer esse
debate, todo mundo foge desse debate, porque esse debate implica
enfrentamentos, “pegar o touro à unha”, mostrar quem é sem-vergonha neste
Estado, quem malversa fundo, quem sonega, quem faz falcatrua; tem-se de “dar
nome aos bois”. Eu estou dando. Todo mundo sabe de quem eu estou falando, da
maior safadeza que existe no Estado do Rio Grande do Sul, que é a sonegação, e
disse quem está sonegando. Só que muita gente acha que não pode; afinal de contas,
é uma empresa gaúcha, etc. e tal. Gaúcha, mas sem-vergonha, eu prefiro que não
haja nenhuma. Obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): A Verª Sofia Cavedon está com a palavra
para discutir o PDL nº 001/05.
A SRA. SOFIA CAVEDON: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sras
Vereadoras, eu sei que o bom senso desta Casa e do Relator indicou a aprovação
das Contas, mas para a gente fazer o bom debate, eu queria trazer aqui alguns
elementos. O Ver. Adeli já afirmou que nós, aqui, temos discutido,
sistematicamente, o uso do recurso para Educação no Município. Nós temos
critérios diferenciados para aferição do que manda a Constituição, que fala de
25% de aplicação dos recursos na Educação, o que o Município, dentro dos
critérios estabelecidos pela Constituição, cumpriu plenamente nesses 16 anos.
Já a Lei Orgânica trabalha com 30%, e, se considerarmos que, para atingir os
25%, não trabalhamos com os aposentados, por exemplo, nós sempre comprovamos
aqui que o Município aplicou, sim, pelo menos, 30% em Educação. Mas eu acho que
mais que afirmação, o crescimento resultante dos investimentos sistemáticos do
grau de investimento de aplicação em Educação, o resultado disso demonstra,
comprova a veracidade do que temos afirmado. Aqui eu tenho um gráfico (Mostra
gráfico.), em que demonstramos o crescimento, nos últimos 16 anos, do número de
escolas na Rede Municipal de Ensino. Essa Rede era composta de 29 escolas, em
1988; hoje, a Rede de Ensino é composta de 92 escolas municipais. Portanto nós
temos 217% de crescimento da rede física de escolas. Isso significa um alto
nível de vencimentos se considerarmos que, pelo menos, na média, cada escola
nova a ser construída custa 2 milhões de reais, Ver. Dib.
Isso,
traduzido em número de matrículas, também demonstra o crescimento significativo
do atendimento das crianças.
Atendíamos
em torno de 17 mil alunos, em 1988; em 2003, 58 mil 675 alunos. Esse é um
crescimento que nenhuma outra rede de ensino pode comemorar. É um crescimento
significativo para essa área de Porto Alegre.
É
verdade o que o Ver. Sebenelo afirma aqui de que a necessidade da creche
comunitária, da creche infantil ainda é muito grande. Mas, se a gente
considerar que o Município não tinha, em 1988, nenhuma relação com as creches
comunitárias, que as comunidades se mantinham sozinhas, com alguma ajuda do
Governo Federal, e que hoje há um convênio com 133 creches, que atendem a quase
10 mil crianças em turno integral, e que, para isso são destinados cerca de 9
milhões de reais/ano, isso significa investimento real em Educação.
Se
a gente for falar em educação de jovens e adultos, quero dizer que nós não
tínhamos, Ver. Todeschini, nenhuma matrícula, Ver. Haroldo de Souza, na
educação de adultos.
Isso
significa, hoje, mais de 8 mil jovens e adultos estudando à noite, nas escolas
municipais. É uma ampliação de matrícula, e nem é ampliação de escola, é por
dentro das escolas, é ocupação noturna das escolas, no EJA, na educação de
adultos.
O Sr. João Antonio Dib: V. Exª permite um aparte? (Assentimento da
oradora.) Nobre Vereadora, eu a cumprimento pelo esforço que faz para defender
o seu Partido, a administração do seu Partido, mas também não aplicaram na
Saúde os 13% nunca, mas gastavam 18% em publicidade. Quiseram mudar, inclusive,
a Lei Orgânica, para não aplicar os 13% na Saúde.
A SRA. SOFIA CAVEDON: Mas, Ver. Dib, na Saúde, no ano passado,
aplicamos 18%. E o senhor sabe bem disso; são dados públicos. Então, estamos
falando de tempos diferentes.
O
Município aplica muito na Saúde.
Quero
voltar a afirmar que, nas áreas da Saúde e da Educação, foi onde mais nomeamos
pessoas, professores, para dar conta do tamanho da ampliação das matrículas, já
que, considerando creches comunitárias, são quase 70 mil alunos atendidos numa
rede que a Secretária Marilu, certamente, tem muita honra de comandar.
Então,
eu queria dizer que aqui há como demonstrar a aplicação do recurso público em
educação, sim, e que está correto, Ver. Luiz Braz, o seu Parecer que aprova as
Contas do ex-Prefeito Raul Pont.
(Não
revisado pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): O Ver. Carlos Todeschini está com a
palavra para discutir o PDL nº 001/05.
O SR. CARLOS TODESCHINI: Sr. Presidente, Sras
Vereadoras, Srs. Vereadores, Ver. Luiz Braz, pessoas que nos vêem pela
TVCâmara, sou membro da CEFOR, li o Relatório minuciosamente e também
acompanhei o Relatório feito pelo Ver. Luiz Braz. O que se trata de examinar
aqui não são as ilações políticas de correntes dessa ou daquela atitude, mas
sim a legalidade dos atos. É disso que nós estamos tratando. E, com
entendimentos que podem ter algum grau de variação - que é o entendimento um
pouco diferente do que o nobre Ver. Luiz Braz tem do Parecer do Tribunal de
Contas -, no total, no geral, o Tribunal aprova as Contas, bem como o Ver. Luiz
Braz, porque dá um Parecer com base na legalidade dos atos praticados pelo
ex-Prefeito Raul Pont, no Exercício de 1999; é disso e sobre isso que estamos
tratando neste momento. E me pareceu muito sólido o Parecer que o Tribunal dá,
porque todos os atos foram legais e, mais do que legais, absolutamente
sustentáveis. Um pouco diferente é o entendimento que o Vereador-Relator, nobre
Ver. Luiz Braz, tem. No entanto, isso não desmerece e não desqualifica a
legalidade de todos os atos do Sr. Prefeito naquele exercício.
Portanto,
esta Casa tem que ter o bom senso, o equilíbrio, e eu sugiro que leiam o
Relatório do Ver. Luiz Braz, que, mesmo tendo um entendimento diferente, eu
considero muito bem feito, muito qualificado e muito responsável. É sobre isso
que nós temos que discutir, porque essa é uma decisão muito séria que se toma
acerca do papel que esta Casa tem, sob pena de ela não ter a credibilidade que
ela precisa ter se nós fizermos qualquer juízo político sobre atos que são de
natureza rigorosamente legal. Portanto, este é o apelo que faço: aqueles que
não tiveram a oportunidade de ler que leiam e que se baseiem na matéria em
curso, porque a matéria em curso, a matéria em apreciação, é a da legalidade,
do Parecer do Tribunal, o qual, volto a reiterar, é muito bom. Elogio, também,
ainda que com entendimentos diferentes, o Relatório exarado pelo nobre Vereador
que preside os trabalhos. Portanto, nesse sentido, solicito a aprovação das
Contas do ex-Prefeito Raul Pont, do Exercício de 1999, porque essa é a decisão
madura que esta Casa deve ter. Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): O Ver. Professor Garcia está com a
palavra para discutir o PDL nº 001/05.
O SR. PROFESSOR GARCIA: Sr. Presidente, Sras
Vereadoras e Srs. Vereadores, estão sendo apreciadas as Contas do Prefeito da
gestão de 1999, Raul Pont. Eu quero dizer para os senhores e para as senhoras
que, no ano de 1999, naquela gestão de 1997 a 2000, este Vereador não fazia
parte da Frente Popular. É importante salientar que, em 1996, o PSB teve
candidatura própria, com a então Deputada Maria Augusta Feldman. Logo, o PSB,
na mesma situação de hoje, não fazia parte do Governo naquela época de 1999.
Mas uma coisa que eu sempre aprendi na minha vida é a gente olhar com seriedade
e atenção as coisas e não vislumbrar apenas um segmento, porque o que se quer e
o que se busca na política, e todos os Partidos buscam isso, é o bem comum.
Temos várias formas de emitir as nossas opiniões e de como fazê-lo. Nós somos
36 Vereadores, e este Vereador, juntamente com a Verª Maristela Meneghetti, com
o próprio Ver. Luiz Braz e com o Ver. Todeschini, faz parte da Comissão de
Economia, Finanças e Orçamento, presidida pelo Ver. João Dib. É importante
saber, porque são 24 volumes! Se nós os colocássemos aqui, provavelmente os
senhores e as senhoras não me enxergariam, tal o tamanho dos 24 volumes. De
forma clara, fraterna, eu pergunto: quem dos 36 Vereadores leu o Relatório do
Tribunal de Contas? E vou afirmar aqui com toda a tranqüilidade: pouquíssimos!
Este Vereador leu o Relatório do Tribunal de Contas? Sinceramente, vou dizer
que não li os 24 volumes, porque ficaria meses e meses em cima disso. Ora, o
Tribunal de Contas, por unanimidade, e é o que está colocado no Parecer, votou
a favor das Contas. Fez algumas ressalvas como de praxe sempre são feitas. Este
Vereador teve a oportunidade, por dois anos, de ser o 1º Vice-Presidente da
Câmara e, quando esteve na Presidência, também recebeu ressalvas do Tribunal de
Contas, porque isso é normal.
Na
realidade, a função do Tribunal de Contas, a não ser quando há má-fé, roubo, é
orientar e transformar essa visão. O Ver. Luiz Braz, em cima do Relatório,
colocou, e o próprio Ver. Luiz Braz é pela aprovação das Contas. É assim que eu
encaro. Agora, se os Vereadores entenderem que as Contas não têm que ser
aprovadas, então formemos uma Comissão Especial por 90 dias, para que se
vasculhem as Contas do então Prefeito. Este Vereador desafia! Se é esse o
entendimento, essa é nossa competência! Ora, o Tribunal de Contas tem pessoas
abalizadas, qualificadas, que se detêm em cima disso. Mas, se é para fazer
proselitismo político, eu acho que não é nas Contas. Nós temos todos os dias
para trabalhar em cima disso, mas podemos fazer outras ações.
O enfoque foi a Educação.
Lembro-me de que, durante a campanha, o Prefeito Fogaça falou que aquilo que
não está bom vai ser mudado; aquilo que está bom fica. Se a Educação não está
boa, está aí uma grande oportunidade! Eu gostaria de saber e vou cuidar, a
partir de hoje, quantas novas creches foram introduzidas pelo Governo. E eu
tenho algumas críticas sérias contra as creches, pelas formas, às vezes, de
convênio. Eu gostaria e vou cuidar para ver quantas creches; qual é o número de
alunos que está sendo atendido, porque é um dos grandes problemas que o
Município enfrenta. Então, vamos ver, em 2005, quantas crianças novas tiveram
acesso ao ensino. As crianças até seis anos, quantas delas vão entrar nas
creches, porque é uma carência que o Município tem. Ora, são R$ 30 milhões, foi
colocado, eu ouvi a fala do Ver. Gerson, quando disse que esse dinheiro, se
faltou, como ficaria a questão do Orçamento, e a questão da aplicação como um
todo.
Eu
quero dizer, de forma clara, fraterna, e reitero novamente, é importante, que,
em 1999, este Vereador, pelo PSB, não fazia parte do Governo. Então, de forma
clara, sincera e fraterna, nós temos que nos despir, fazer o senso crítico,
sim; colocar as ressalvas, sim. Agora, rejeitar as Contas, eu acho que,
desculpe, é muita pretensão para a grande maioria que não leu nem o relatório
do Tribunal de Contas, que nos enviou.
Então,
este Vereador é a favor da aprovação das Contas e desafia: se entender que tem
que rejeitar, façamos, sim, uma Comissão Especial, e durante 90 dias vamos
dissecar o que aconteceu no ano de 1999. Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Em votação nominal, solicitada pelo Ver.
Sebastião Melo, o PDL nº 001/05. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) APROVADO por 13 votos SIM, 02 votos NÃO, 11 ABSTENÇÕES.
(encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
REQ. N.º 102/05 – (Proc. nº 1575/05 – Mesa Diretora) – requer Sessão Solene a ser realizada no dia 19 de abril de 2005, às 19 horas, destinada a assinalar o transcurso dos 170 anos da Assembléia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul. (incluído em 04-04-05)
O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Em votação o Requerimento nº 102/05, de
autoria da Mesa Diretora. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam
sentados. (Pausa.) APROVADO.
(encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
REQ. N.º 103/05 –
(Proc. nº 1588/05 – Mesa Diretora) – requer
Sessão Solene a ser realizada no dia 15 de abril de 2005, às 15 horas,
destinada a assinalar o transcurso dos 50 anos do Lions Clube Porto Alegre -
Centro. (incluído em 04-04-05)
O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Em votação o Requerimento nº 103/05, de
autoria da Mesa Diretora. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam
sentados. (Pausa.) APROVADO.
Não
havendo mais matérias a serem votadas no dia de hoje, de acordo com o
entendimento das Lideranças deste plenário, encerramos os trabalhos da presente
Sessão.
(Encerra-se
a Sessão às 18h27min.)
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